A declaração de Casagrande direcionada a Abel Ferreira, do Palmeiras

A vitória do Palmeiras sobre o São Paulo, no clássico realizado no domingo (11), trouxe à tona uma análise instigante do ex-jogador e atual comentarista Walter Casagrande. Em sua mais recente coluna, o ex-atacante levantou a possibilidade de que o atual time comandado por Abel Ferreira seja superior às versões anteriores do clube sob a mesma gestão.

O argumento principal repousa na profundidade do elenco e na eficiência das substituições ao longo da partida, fatores que, segundo ele, elevaram o desempenho coletivo para um novo patamar.

Conforme destacou Casagrande, “o jogo foi muito equilibrado, com poucas chances de gol para os dois lados. Porém, o Palmeiras tem um elenco melhor, e as alternativas do Abel são mais fortes que as do Zubeldía.”

A observação do comentarista vai além do momento pontual: ele enxerga um time mais robusto, com reservas de alto nível capazes de mudar o cenário de uma partida em instantes. A entrada de jogadores como Raphael Veiga, Felipe Anderson, Lucas Evangelista, Maurício e Vitor Roque nos minutos finais foi determinante, não só para controlar o adversário, mas também para definir o placar nos acréscimos.

Enquanto isso, a análise tática da partida reforça a percepção de evolução. A equipe foi a campo com alterações significativas: cinco mudanças entre os titulares em comparação à rodada anterior. Mesmo assim, a estrutura de jogo não se desorganizou. Allan e Piquerez ocuparam as alas, enquanto Estêvão e Paulinho atuaram mais por dentro. Richard Ríos contribuiu na articulação e Flaco López se manteve como a principal referência ofensiva.

Ainda que o primeiro tempo tenha sido de domínio em posse, as finalizações eficazes ficaram para o segundo tempo, especialmente após as alterações promovidas pelo banco.

Aliás, foi Vitor Roque quem decidiu o confronto, marcando aos 49 minutos da etapa final. O atacante, que voltou a balançar as redes após um longo jejum recentemente encerrado, completou uma jogada que ele próprio iniciou, reforçando o argumento de Casagrande sobre sua agressividade e presença na área. “Muito rápido, forte fisicamente e agressivo”, observou o comentarista.

Segundo ele, o camisa 9 mudou o ritmo da equipe e tem sido decisivo nos momentos mais tensos das partidas.

Ainda que o resultado por si só já seja expressivo, o que mais chama a atenção é a consistência demonstrada pela equipe mesmo em meio a um calendário desgastante. O Palmeiras lidera o Campeonato Brasileiro com 19 pontos e garantiu, com duas rodadas de antecedência, a primeira colocação de seu grupo na Libertadores. Casagrande apontou essa estabilidade como um diferencial:

“o Palmeiras é o time mais pronto e que não está oscilando em nenhum torneio que está disputando”.

Adicionalmente, o comentarista destacou que as trocas promovidas por Abel foram mais impactantes do que as realizadas por Zubeldía. Para ele, esse fato evidenciou o quanto o banco palmeirense é superior, tanto em variedade técnica quanto em maturidade para assumir responsabilidades decisivas.

Na visão tática trazida em outra análise publicada após o jogo, fica evidente o quanto a gestão de elenco tem sido aprimorada nesta temporada. A flexibilidade para manter o padrão de jogo, mesmo com constantes alterações, foi determinante para a superioridade alviverde no clássico.

As estatísticas do duelo reforçam isso: maior posse de bola (54%), maior número de finalizações (15 a 6) e, acima de tudo, um controle emocional que resultou no gol salvador nos acréscimos.

Assim sendo, a colocação de Casagrande encontra respaldo não apenas na emoção do resultado, mas também na análise fria dos acontecimentos em campo. “Esse novo time do Abel Ferreira tem tudo para ser ainda melhor que os anteriores”, afirmou o colunista.

Embora cauteloso ao não cravar a superioridade de forma definitiva, o ex-jogador parece enxergar, nesse grupo atual, características que elevam o patamar do Palmeiras frente às versões passadas: elenco mais qualificado, padrão tático estável e intensidade competitiva.