Textor imita Túlio Maravilha em comemoração da Libertadores (Foto: Divulgação/Botafogo)
Botafogo e Atlético-MG, duas das principais equipes brasileiras transformadas em Sociedades Anônimas do Futebol (SAF), falharam em publicar suas demonstrações financeiras referentes ao ano de 2024 dentro do prazo legal. A Lei da SAF, criada com o intuito de estabelecer princípios de governança, controle e sobretudo transparência, parece não ter sido plenamente observada por essas agremiações.
A situação lança dúvidas ao jornalista Rodrigo Mattos, em sua coluna do UOL Esporte, sobre a real efetividade do novo modelo jurídico na promoção da clareza administrativa prometida aos torcedores e ao mercado.
Segundo a legislação vigente, clubes e entidades esportivas devem divulgar seus balanços até o final de abril, independentemente da estrutura societária adotada. O Botafogo, controlado pela empresa Eagle, de John Textor, não apresentou qualquer justificativa para o descumprimento do prazo.
Já o Atlético-MG, gerido pela família Menin, indicou que informações detalhadas seriam divulgadas na quarta-feira (14). Ainda assim, ambos os casos refletem uma ausência de compromisso com os princípios básicos de informação pública previstos em lei.
Além disso, pairam questões jurídicas sobre o descumprimento da obrigação, embora ainda não tenha movimentações conhecidas para aplicação de sanções. O aspecto mais crítico, contudo, é a falta de respeito com os próprios torcedores, que ficam alheios à real situação financeira de seus clubes.
A ausência de relatórios contábeis impede a compreensão clara sobre déficits acumulados, investimentos realizados, negociações de atletas e o rumo econômico das SAFs.
No caso do Botafogo, o cenário se complica. A Eagle, empresa de Textor, enfrenta dificuldades financeiras não explicitadas. A crise se estende ao Lyon, clube também sob controle de Textor, que enfrenta o rebaixamento iminente na França.
A UEFA analisa sua participação em torneios europeus, enquanto o balanço divulgado pelo Lyon apontou a revenda de direitos de atletas do Botafogo por cerca de R$ 90 milhões — incluindo Luiz Henrique, negociado depois com o Zenit, embora o valor exato da transação não tenha sido revelado. Além disso, a própria Eagle está ameaçada de dissolução no Reino Unido por não publicar suas contas há mais de um ano.
O Galo, por sua vez, também apresenta sinais de dificuldades financeiras. Embora promessas de reestruturação tenham sido feitas nos últimos anos, o débito da SAF mineira ainda gira em torno de R$ 1,4 bilhão. O valor foi divulgado no início do ano pelo próprio clube, que reconheceu a persistência de pendências com bancos e com o financiamento da Arena MRV. Dessa forma, a gestão da família Menin não conseguiu até agora reduzir significativamente a dívida histórica da instituição.
A falta de transparência verificada atualmente contraria justamente o espírito da criação das SAFs. Um dos principais objetivos do modelo era corrigir o descontrole financeiro que, anteriormente, afetava clubes tradicionais do país. Paradoxalmente, a adoção do formato empresarial não impediu que antigos vícios persistissem, como a omissão de dados relevantes e o distanciamento entre gestores e torcedores.
Portanto, a ausência de prestação de contas por parte de Botafogo e Atlético-MG levanta um debate mais amplo sobre os limites do modelo SAF como solução estrutural para o futebol brasileiro. Afinal, a transparência, mais do que um conceito jurídico, é uma exigência moral diante de comunidades apaixonadas que sustentam os clubes com apoio incondicional.
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