Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid (Foto: Reuters)
A contratação de Carlo Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira ultrapassou os limites esportivos e passou a ocupar espaço central nas articulações políticas de Ednaldo Rodrigues, atual presidente da CBF. Conforme apontado por Rodrigo Capelo, a chegada do italiano foi menos uma celebração técnica e mais uma estratégia de sobrevivência institucional.
Capelo descreve que o anúncio foi realizado às pressas, sem a habitual coordenação com o Real Madrid, o que evidenciou o caráter urgente e unilateral da decisão. Para ele, Ednaldo precisava mostrar resultado concreto à opinião pública após anos de promessas.
A presença de Ancelotti serve como trunfo simbólico: uma cartada para reforçar sua legitimidade e tentar desviar o foco das instabilidades jurídicas e administrativas que o cercam.
“Ancelotti foi anunciado antes mesmo que o Real Madrid estivesse pronto para um comunicado conjunto, porque o dirigente precisava dele”, escreve Capelo, ao evidenciar o uso midiático e político da contratação.
O jornalista destaca que, em uma entidade profissional, esse tipo de anúncio seria pensado estrategicamente, levando em conta as relações institucionais e a imagem perante os clubes e a imprensa. Contudo, na CBF, a lógica parece ser outra: proteger o “chefe de Estado”, como define Capelo ao traçar um paralelo entre a federação e um governo.
A instabilidade de Ednaldo, segundo a análise, não decorre apenas das disputas internas da confederação, mas também de seus embates jurídicos. A homologação de seu mandato pelo STF, feita em fevereiro e com apoio do ministro Gilmar Mendes, é hoje questionada judicialmente.
Um laudo médico questiona a validade da assinatura do Coronel Nunes no acordo que sustentava a permanência de Ednaldo. A ausência do coronel em uma audiência no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, embora previsível, aumentou os rumores de que a base legal do atual presidente pode ruir a qualquer momento.
Nesse cenário de insegurança, Ancelotti funciona como escudo político. “Será que ele cai amanhã? A oposição aposta que sim”, afirma Capelo. Ele enfatiza que a contratação do técnico não está pautada apenas em planejamento esportivo, mas em uma tentativa desesperada de manter o poder diante de possíveis decisões judiciais desfavoráveis.
Apesar de Ednaldo ter sobrevivido a outras tentativas de deposição, Capelo o descreve como um presidente isolado, centralizador e de difícil relacionamento. Embora tenha garantido uma votação unânime em sua eleição, o respaldo entre os clubes é frágil. Mesmo com a distribuição dos recursos da Seleção Brasileira às federações, o apoio dessas entidades pode evaporar rapidamente.
“Fez inimigos demais”, observa o colunista, ao comparar o atual presidente com figuras anteriores igualmente polêmicas, como Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero e Rogério Caboclo.
Nesse contexto, a presença de Ancelotti não resolve os conflitos internos da entidade, mas oferece uma cortina de fumaça conveniente. Capelo deixa claro que a lógica de governança da CBF ainda se baseia na permanência a qualquer custo, mais próxima de uma máquina política do que de uma estrutura esportiva moderna.
O Clube de Regatas do Flamengo celebrou na noite de quinta-feira (14 de agosto) o…
O Flamengo vive momento de grande atenção da torcida em relação ao futuro de seus…
O Flamengo se prepara para uma sequência de confrontos importantes, com destaque para o duelo…
O Flamengo entra em campo mais uma vez na Libertadores de 2025, desta vez enfrentando…
Samuel Lino segue consolidando seu espaço no elenco do Flamengo e, ao mesmo tempo, chama…
Na noite desta quarta-feira (13), o Flamengo voltou a brilhar com Bruno Henrique como destaque.…