Brasil

Vice-presidente da CBF articula saída de Ednaldo Rodrigues

O cenário político da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) volta a ganhar contornos de instabilidade. Em meio a disputas judiciais e articulações de bastidores, Fernando Sarney, atual vice-presidente da entidade, figura como o principal nome por trás de uma tentativa de retirada de Ednaldo Rodrigues do comando da confederação.

A ofensiva mais recente teve início com uma ação protocolada na Justiça do Rio de Janeiro, em que Sarney solicita a destituição imediata de Ednaldo e pleiteia assumir o cargo temporariamente, a fim de convocar novas eleições.

A movimentação ocorre poucos meses após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar um acordo que validou a permanência de Ednaldo na presidência da CBF. Curiosamente, Fernando Sarney foi um dos signatários desse arranjo legal.

Contudo, agora ele questiona a legitimidade da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, ex-presidente da entidade, presente no documento. A suspeita levantada impulsiona o novo pedido judicial, que visa revisar a decisão anteriormente consolidada.

Além disso, Sarney também aponta a recente contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti para a Seleção Brasileira como uma possível estratégia de Ednaldo para “emparedar” as investigações. Conforme ele argumenta, o anúncio feito na última segunda-feira (12) pode ter servido como uma tentativa de desviar o foco do debate jurídico. Coincidentemente, no mesmo dia, o Coronel Nunes cancelou uma audiência agendada, alegando problemas de saúde.

A trajetória de Fernando Sarney dentro da CBF remonta a 1998, quando foi nomeado diretor de relações governamentais durante a gestão de Ricardo Teixeira. Desde então, consolidou-se como figura constante nas estruturas de poder da entidade.

Ao longo dos anos, esteve envolvido nas administrações de José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e Rogério Caboclo, demonstrando habilidade em manter-se próximo aos centros decisórios. Em 2015, quando Del Nero deixou o cargo no Comitê Executivo da FIFA devido à pressão de investigações do FBI, Sarney foi o escolhido para substituí-lo no organismo internacional.

Apesar de seu histórico de lealdade institucional, o dirigente não integrou a chapa de Ednaldo Rodrigues na eleição realizada em março deste ano. A reeleição do atual presidente foi confirmada por aclamação, sem a presença do vice em sua composição. A ruptura entre os dois se tornou explícita desde então, agravada pelas recentes disputas jurídicas e alegações de irregularidades contratuais e administrativas.

Assim sendo, a tensão dentro da cúpula da CBF se intensifica. A possível reconfiguração do comando da entidade mobiliza antigos aliados e resgata figuras conhecidas do futebol brasileiro, cujas histórias se entrelaçam com décadas de decisões estratégicas e disputas pelo poder.

Ana Teixeira

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