A declaração de Dorival Júnior após vitória do Corinthians na Sul-Americana

Apesar do triunfo por 1 a 0 sobre o Racing-URU, na quinta-feira (15), pela Sul-Americana, o técnico Dorival fez uma análise sincera e crítica sobre o desempenho do Corinthians. O resultado, obtido no Estádio Centenário, em Montevidéu, foi suficiente para manter o clube na briga por uma vaga nos playoffs do torneio, mas a atuação em campo, conforme o próprio treinador, esteve longe do ideal.

Durante a coletiva pós-jogo, Dorival explicou que o adversário adotou uma estrutura defensiva sólida, com duas linhas recuadas — uma com cinco e outra com quatro jogadores — o que limitou as opções ofensivas de sua equipe.

“É muito difícil de se entrar, justamente porque os espaços são mínimos”, pontuou. A dificuldade em quebrar a marcação refletiu diretamente na lentidão da troca de passes e na escassez de criatividade, sobretudo na primeira etapa.

Aliás, o treinador reconheceu que o Corinthians demonstrou uma postura mais agressiva após o intervalo, especialmente após as substituições que levaram Igor Coronado, Carrillo e Yuri Alberto a campo. Com essas alterações, a equipe ganhou mobilidade e conseguiu, enfim, marcar com Matheus Bidu aos 29 minutos do segundo tempo.

Entretanto, Dorival ressaltou que o time ainda está em “fase de processo”, e que a obrigação de vencer influenciou negativamente na tomada de decisões ao longo do jogo. “A troca de passes, em muitos momentos, aconteceu de maneira morosa. Faltava uma dinâmica maior”, avaliou. Segundo ele, esse tipo de ansiedade interfere diretamente na execução das jogadas e exige ajustes constantes.

O treinador também reforçou que, embora o desempenho não tenha sido empolgante, o mais importante foi o resultado. “Hoje não importava apenas atuar bem. Era necessário vencer”, afirmou. Em outro momento, completou: “Espero que possamos nos preparar muito para a última rodada, uma partida fundamental para nossa permanência no torneio.”

Sobre eventuais reforços, Dorival foi cauteloso, alegando que as tratativas estão sendo conduzidas internamente e de forma natural. “Sabemos de algumas carências em determinadas características. Estamos atentos ao mercado, mas sem precipitações”, explicou.

O técnico destacou o trabalho conjunto com o executivo Fabinho Soldado na identificação de necessidades do elenco.

Contratado no fim de abril, o comandante revelou que recusou convites anteriores do Corinthians por estar vinculado a outros projetos. Agora, ele encara uma rotina intensa, com partidas em sequência por competições distintas — Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Sul-Americana.

“É uma readaptação. Voltamos de um cenário diferente, que era o da Seleção, para um calendário apertado, onde se joga a cada três dias”, comentou.

Com o resultado no Uruguai, o Corinthians assumiu a vice-liderança do Grupo C e depende apenas de si para avançar à próxima fase. O compromisso decisivo será contra o Huracán, na terça-feira (27), fora de casa. Antes disso, a equipe encara o Santos no domingo (18), às 16h, pela nona rodada do Brasileirão, na Neo Química Arena.