Atualização sobre o caso de Lucas Paquetá, alvo do Flamengo

Lucas Paquetá, meio-campista do West Ham e revelado pelas categorias de base do Flamengo, é alvo de um processo disciplinar conduzido pela Federação Inglesa de Futebol (FA). Conforme denúncia formalizada em maio de 2024, ele é acusado de ter forçado cartões amarelos em quatro partidas da Premier League entre novembro de 2022 e agosto de 2023.

Os jogos sob investigação envolveram confrontos contra Leicester, Aston Villa, Leeds United e Bournemouth.

Segundo a FA, o atleta teria tentado “influenciar o progresso, a conduta ou qualquer outro aspecto dessas partidas” com o intuito de beneficiar apostadores, incluindo pessoas ligadas ao seu círculo familiar e social.

Aliás, há registros de que as apostas teriam sido feitas por indivíduos próximos, inclusive como um “presente” ao seu irmão, Matheus, em uma das ocasiões. Ao todo, 60 apostas distintas foram identificadas e conectadas ao recebimento das advertências, fato que contribuiu para a abertura do processo disciplinar.

Tramitação e Expectativa pelo Veredito

A audiência foi adiada inicialmente, devido à complexidade do caso, mas o julgamento foi encerrado recentemente. Agora, o jogador aguarda o veredito, que deverá ser divulgado na primeira quinzena de junho. A sentença, conforme ressaltado por fontes locais, não terá margem para interpretações ambíguas: o brasileiro será absolvido ou banido do futebol profissional.

A FA já adiantou que, em caso de condenação, solicitará à Fifa a extensão da sanção para o cenário global, o que impediria, por exemplo, um eventual retorno ao futebol brasileiro.

Durante todo o processo, Paquetá colaborou com as autoridades e forneceu informações detalhadas. Apesar disso, declarou-se surpreso com a acusação.

“Estou extremamente surpreso e chateado com a decisão da FA de me acusar. Durante nove meses, colaborei com todas as etapas da investigação e forneci todas as informações possíveis. Nego categoricamente todas as acusações e lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome”, afirmou o jogador.

Repercussão Emocional e Familiar

Enquanto aguarda a definição, o impacto psicológico sobre o jogador também se tornou evidente. Em uma partida recente contra o Tottenham, o meia se emocionou após ser advertido novamente. A reação sensibilizou torcedores e familiares. Sua esposa, Duda Fournier, se pronunciou:

“Estamos há dois anos vivendo esse pesadelo e ele sempre forte. Não existe nada contra ele”, escreveu nas redes sociais.

Além de Matheus Paquetá, o tio do jogador, Bruno Tolentino, também aparece nas investigações. Ele teria realizado um pagamento de R$ 30 mil ao atacante Luiz Henrique, à época no Betis, supostamente relacionado a um cartão amarelo recebido, levantando suspeitas de envolvimento no mesmo esquema.

Queda no Valor de Mercado e Impacto Econômico

Enquanto as investigações avançavam, os reflexos negativos já eram notados no mercado. Conforme dados do site Transfermarkt, o valor de mercado de Lucas Paquetá caiu 46% em um ano. Em maio de 2024, o meia era avaliado em € 65 milhões.

Atualmente, essa cifra despencou para € 35 milhões — uma queda de aproximadamente R$ 188 milhões na conversão atual.

Desde o início da carreira, o jogador movimentou mais de € 104 milhões em transferências, passando por Flamengo, Milan, Lyon e West Ham. Contudo, o cenário atual compromete severamente seu prestígio esportivo e potencial de valorização. A propósito, mesmo com a desvalorização, o salário anual de Paquetá gira em torno de £ 7,8 milhões, equivalente a R$ 59,7 milhões.

Diferenças em Relação a Casos Similares

Embora compartilhe similaridade com outras investigações, como a de Bruno Henrique, atacante do Flamengo, os desdobramentos jurídicos de Paquetá seguem uma via distinta. O processo do meia tramita exclusivamente na esfera esportiva inglesa, sem envolvimento da justiça criminal britânica. Diferentemente, o caso de Bruno segue simultaneamente nas esferas criminal e desportiva no Brasil e envolve até mesmo a Polícia Federal.