Alexandre Mattos, CEO do Cruzeiro (Foto: Reprodução/Instagram)
Alexandre Mattos deixou o cargo de CEO de futebol do Cruzeiro, após aceitar proposta do Santos. A saída foi tratada internamente como benéfica para ambas as partes. Contratado como peça-chave da nova gestão da SAF celeste, ele chegou com status de homem forte do setor esportivo e teve respaldo direto do investidor Pedro Lourenço.
Desde o início, sua missão era clara: transformar os aportes financeiros em conquistas expressivas.
Sob sua gestão, o clube mineiro desembolsou cerca de R$ 200 milhões em contratações. Entre os nomes mais relevantes, foram trazidos o goleiro Cássio, os volantes Matheus Henrique e Walace, além do atacante Kaio Jorge. O dirigente também apostou em jovens promessas, como Jonathan Jesus, Lautaro Díaz e Peralta.
Acompanhado de perto por Pedro Júnio, vice da SAF, Mattos ainda conduziu uma reestruturação interna, incluindo a chegada de Paulo Pelaipe, Rodrigo Ramos, Rodrigo Pelaipe, Carlos Anunciação e Wesley Carvalho, todos nomes de sua confiança.
Apesar do forte investimento, os resultados em campo não corresponderam. O Cruzeiro ocupou o G-4 em parte do primeiro turno do Brasileirão de 2024, mas caiu de rendimento. Fernando Seabra foi substituído por Fernando Diniz, em movimento que já era avaliado pela diretoria.
No entanto, a temporada terminou sem vaga na Conmebol Libertadores, e com o vice-campeonato na Sul-Americana, o que frustrou os objetivos esportivos e financeiros.
Na virada para 2025, Diniz foi mantido, mas acabou demitido durante o Campeonato Mineiro. A decisão de mantê-lo mesmo após resultados aquém foi admitida por Pedro Lourenço como um erro de julgamento. Leonardo Jardim, escolhido por Mattos após negociações frustradas com Renato Gaúcho, assumiu o comando.
Ainda assim, o início foi turbulento: eliminações precoces no Estadual e na fase de grupos da Sul-Americana marcaram o início do novo ciclo.
Jardim, inicialmente visto com ceticismo por parte da diretoria, rapidamente conquistou a confiança da cúpula. Em contrapartida, Mattos passou a perder espaço, especialmente após críticas do treinador à estrutura do departamento de scout, considerada precária.
A situação agravou-se com protestos da torcida após derrota para o Mushuc Runa e com críticas públicas de Pedro Lourenço à atuação do dirigente.
Mattos começou a se afastar dos bastidores, deixando de frequentar o CT principal e participando menos das atividades do time profissional. Internamente, a influência de Pelaipe e Jardim cresceu, enquanto o CEO já não era visto como essencial nas decisões.
O treinador português, inclusive, passou a ter autonomia nas contratações e na gestão do elenco, como demonstrado nas saídas de Dudu e Marlon, e na condução da situação de Gabigol, deslocado ao banco de reservas sem criar conflitos.
A contratação de Dudu, articulada por Mattos, tornou-se um dos maiores desgastes. O atacante, que havia desistido de retornar ao clube em 2024, foi novamente buscado pelo dirigente e acabou assinando vínculo até 2027.
No entanto, teve problemas internos, ficou fora dos planos de Jardim e precisou negociar sua rescisão. O custo da operação foi alto e atribuído diretamente a Mattos, que foi encarregado de resolver a situação.
Diante do cenário conturbado e com o interesse do Santos, o executivo buscou Pedro Lourenço para selar sua saída. Havia multa rescisória envolvida, o que adiou a decisão, mas, com a convergência de interesses, o desligamento foi acordado. O dirigente também teve contatos com Athletico-PR e Fortaleza, mas optou pelo projeto santista.
Essa foi a terceira passagem de Alexandre Mattos pela equipe mineira. Entre 2012 e 2014, foi diretor de futebol em período vitorioso, com dois títulos brasileiros e um estadual. Em 2020, atuou brevemente como consultor voluntário, mas deixou o clube em menos de uma semana. Em 2021, teve retorno encaminhado, que foi abortado após a chegada de Ronaldo Nazário e a conversão do clube em SAF.
Ao final, embora tenha tido boa relação com parte do elenco e funcionários, Mattos saiu sem consenso entre os dirigentes. Sua gestão foi marcada por investimentos significativos, mudanças estruturais, mas também por resultados esportivos abaixo das expectativas e perda progressiva de influência interna.
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