Bruno Henrique em embarque do Flamengo - Foto: Adriano Fontes/Flamengo
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) decidiu não oferecer qualquer tipo de acordo ao atacante Bruno Henrique, do Flamengo, no caso de manipulação de apostas. Conforme descrito na denúncia, a escolha por uma linha mais rígida de atuação se deu tanto por questões legais quanto simbólicas.
O órgão levou em consideração o fato de que o jogador já havia celebrado, anteriormente, um acordo judicial no Rio de Janeiro, relacionado à apresentação de documento falso em 2020. Na ocasião, o processo foi extinto em 2022.
Segundo o MPDFT, a conduta do atleta deveria ser tratada com rigor, pois sua visibilidade pública poderia influenciar negativamente a percepção social sobre fraudes esportivas.
“Se o ídolo investiu neste nicho delitivo e pôde colher uma resposta branda do Poder Judiciário, a expectativa daqueles que neles se inspiraram será a mesma”, afirmou a promotoria, ao justificar a decisão de não conceder qualquer benefício jurídico ao jogador.
De acordo com a denúncia, Bruno Henrique teria combinado com seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, de forçar a aplicação de um cartão amarelo durante a partida entre Flamengo e Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023. A informação foi repassada previamente e utilizada para realização de apostas em diversas casas.
Em investigação paralela, foram identificadas conversas entre os irmãos sobre “negócios de cavalo” e uma transferência de R$ 10 mil a uma terceira pessoa, o que levou o MPDFT a pedir novas diligências para apurar possível envolvimento em apostas hípicas.
A promotoria destacou ainda que o jogador era garoto-propaganda de uma casa de apostas em 2023 e que, ao cometer a fraude, feriu diretamente os princípios da integridade esportiva. Assim, foi requerida uma indenização de R$ 2 milhões a título de “reparação de danos morais coletivos”, além de fiança no mesmo valor, sob o argumento de que o caso causou descrédito ao futebol nacional, que é reconhecido como patrimônio cultural do Brasil.
Apesar das acusações, Bruno Henrique permanece em atividade e foi incluído na delegação do Flamengo que embarcou para os Estados Unidos, onde o clube participa do Mundial de Clubes. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) já concluiu um inquérito sobre o caso, mas ainda não decidiu se apresentará denúncia no âmbito esportivo.
A defesa do atacante ingressou com pedido de indeferimento da fiança estipulada, argumentando que o vínculo formal com o clube e a visibilidade pública das atividades da equipe impedem qualquer tentativa de fuga. “O calendário de partidas é divulgado com antecedência, sendo fácil o acompanhamento online do local em que o clube estará”, pontuaram os advogados.
A defesa também classificou a denúncia como “insubsistente e oportunista”, alegando que ela foi oferecida no mesmo dia em que foi divulgada a lista de inscritos do Flamengo no torneio internacional da FIFA.
Entre os envolvidos, apenas Douglas Ribeiro Pina Barcelos firmou acordo com o MPDFT. Ele confessou participação no esquema e aceitou colaborar com as investigações. A denúncia revela que Douglas apostou R$ 350 no cartão de Bruno Henrique, buscando retorno de R$ 1.050. A promotoria ofereceu proposta semelhante a outros sete investigados, mas todos recusaram.
Assim sendo, Bruno Henrique foi destacado como exemplo no processo. O MP ressaltou que sua posição como atleta de alto perfil, atuando no clube de maior torcida do país, representa um risco simbólico, e qualquer sinal de benevolência poderia servir como incentivo a novos crimes semelhantes.
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