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Venda do Maracanã leva em consideração o Flamengo; entenda

A possível venda definitiva do Complexo do Maracanã voltou ao centro das discussões na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Deputados aprovaram na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na última quarta-feira (22), um projeto de lei que inclui o estádio na lista de bens estaduais a serem comercializados.

O movimento tem como pano de fundo a tentativa de equilibrar as contas públicas e, simultaneamente, gerar capital político, com foco direto na aproximação entre o Governo do Estado e o Flamengo.

Atualmente, o consórcio formado por Flamengo e Fluminense detém a concessão do Maracanã até 2044. O acordo prevê pagamento anual de R$ 20 milhões em outorga ao Governo do Estado e compromete os clubes a investirem R$ 186 milhões em melhorias no estádio ao longo de 20 anos.

Apesar disso, a gestão estadual incluiu o complexo na lista de imóveis disponíveis para venda, o que pode alterar o futuro do equipamento.

O deputado Rodrigo Amorim (União Brasil), presidente da CCJ, afirmou que a proposta surgiu após uma reunião que contou com a presença do presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista (Bap), além de outros parlamentares.

Rodrigo Amorim (União Brasil), presidente da CCJ, com Bap (Foto: Reprodução)

“Tivemos uma reunião recente inclusive com o presidente do Flamengo no gabinete do presidente Rodrigo Bacellar. E é fundamental que o Estado dê uma destinação (ao estádio)”, disse Amorim.

Conforme os parlamentares, o modelo aplicado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, inspirou o projeto. Desde que o Corinthians passou a utilizar sua arena própria em Itaquera, o Pacaembu perdeu protagonismo.

Para os deputados, a venda do Maracanã evitaria cenário semelhante no Rio, caso o Flamengo concretize o antigo projeto de construir seu próprio estádio.

Aliás, a construção de uma nova casa rubro-negra chegou a ser considerada até o ano passado. Contudo, após a posse de Bap na presidência do clube, o projeto passou a ser tratado com mais cautela.

A previsão mais recente projeta uma inauguração apenas em 2036, o que mantém o Maracanã como espaço central nas partidas do time.

Para Amorim, manter o estádio sob controle estatal não se justifica economicamente.

“Cada vez que o Maracanã abre para um jogo, seja ele qual for, é uma quantia próxima a R$ 1 milhão para acontecer o evento. Não tem sentido a gente ter um elefante branco que o estado continue bancando. Ou vende o Maracanã ou faz uma concessão mais longa, enfim, alguma coisa tem que ser destinada”, declarou o deputado.

A possível transferência do estádio ao Flamengo também se entrelaça com o cenário político do Rio. Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Alerj e pré-candidato ao governo estadual em 2026, é visto como o articulador da proposta.

Popularidade do Flamengo

A estratégia busca capitalizar a popularidade do Flamengo junto ao eleitorado e, assim, fortalecer sua imagem pública.

A cientista política Mayra Goulart, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avalia que a movimentação tem viés político claro.

“Paes e Bacellar estão tentando mobilizar a popularidade associada ao Flamengo para tentar ampliar seu capital político. Ele (Bacellar) dá ainda uma sinalização para um discurso de boa gestão, de corte de gastos, de redução da administração pública”, explicou.

O valor estimado da operação gira em torno de R$ 2 bilhões, cifra considerada inferior ao custo de construção de um novo estádio. Além disso, o Maracanã já conta com estrutura funcional e identificação consolidada com o clube rubro-negro, o que reforça sua atratividade.

O Governo do Estado, por ora, não se pronunciou sobre a inclusão do Maracanã na lista de ativos a serem vendidos. O Flamengo, igualmente, não emitiu posicionamento oficial sobre o tema. Por outro lado, o consórcio Fla-Flu declarou que pretende cumprir o contrato vigente até 2044.

A alienação de imóveis públicos, incluindo o Maracanã, está atrelada à intenção do Estado do Rio de Janeiro de aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Segundo a Lei Orçamentária de 2026, o estado terá que arcar com R$ 12,3 bilhões apenas em serviços da dívida no próximo ano.

A venda do estádio, portanto, é vista como uma medida emergencial para reduzir esse passivo.

Redação

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