Mais de 1 bilhão! Veja quanto a CBF recebe da Nike

Escudo da CBF (Foto: Reprodução)

A Confederação Brasileira de Futebol encerrou o exercício de 2024 com uma arrecadação recorde de R$ 1,546 bilhão, conforme revelado pelo balanço aprovado em assembleia. Esse montante, o maior já registrado no futebol nacional, apresentou superávit de R$ 107 milhões. A expressiva evolução nas receitas foi, sobretudo, impulsionada pela renovação contratual com a Nike – responsável por antecipar R$ 1,355 bilhão à entidade.

Essa nova parceria com a fornecedora de material esportivo estende-se até 2038, substituindo o vínculo anterior, que expiraria em 2026. Segundo informado, o contrato possui cláusulas de performance que podem elevar o valor total a cerca de R$ 1 bilhão anuais, dependendo do cumprimento de metas.

“Essa renovação representa um marco estratégico para o planejamento de longo prazo da CBF”, declarou Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade.

Recursos em caixa e aplicações financeiras

A antecipação dos valores firmados com a Nike teve efeito imediato na liquidez da confederação. Houve crescimento de 134% nos recursos em caixa e aplicações financeiras, que passaram a somar R$ 2,4 bilhões. Desse total, R$ 1,902 bilhão compõem a chamada liquidez livre — indicador que calcula disponíveis, descontando obrigações de curto prazo. A maioria desse capital foi aplicada em fundos de investimento com perfil conservador, rendendo uma média de 12,11% no ano.

O incremento de receita possibilitou também um salto expressivo nos investimentos destinados ao futebol. O valor aplicado em 2024 chegou a R$ 1,078 bilhão, o que representa cerca de 70% da receita total e um aumento de 50% em relação à média de anos anteriores.

Dentro desse montante, R$ 344 milhões foram direcionados às seleções brasileiras — quase o dobro do investido anteriormente — enquanto R$ 734 milhões se destinaram à organização de campeonatos e ao fomento das federações estaduais.

Apoio às competições

A maior parte dessas competições — especialmente as Séries B, C e D, além dos torneios femininos e de base — são financeiramente deficitárias. Ainda assim, a CBF optou por reforçar o apoio a essas competições, buscando equilibrar o desenvolvimento do futebol em todo o território nacional. “Não se trata apenas de retorno financeiro, mas de compromisso com a base e com o futebol nos estados”, afirmou a confederação.

Financeiro da CBF em 2024

Além da expansão dos investimentos, o ativo total da entidade também cresceu substancialmente, chegando a R$ 3,6 bilhões — um avanço de 67% em relação ao ano anterior. O ativo circulante, por sua vez, dobrou e alcançou R$ 2,8 bilhões, fortalecendo ainda mais a estrutura patrimonial da CBF.

A atuação da confederação em 2024 também foi marcada por ações sociais. Foram recolhidos R$ 155 milhões em tributos, e a entidade contribuiu ativamente em iniciativas de apoio às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Nesse contexto, foram repassados R$ 19,5 milhões à Federação Gaúcha de Futebol e aos clubes afetados pelas tragédias climáticas, além da organização do evento beneficente Futebol Solidário.

Para o exercício de 2025, a CBF projeta arrecadar R$ 2,25 bilhões e destinar R$ 1,6 bilhão diretamente ao desenvolvimento do futebol. A expectativa é de que o novo patamar de receitas sirva como base para manter o ritmo de expansão nas áreas estratégicas do esporte no país.