Nem Jorge Jesus, nem Ancelotti: Mauro Cezar revela novo favorito para assumir a seleção brasileira

Mauro Cesar em Programa pela Jovem Pan - Foto: Reprodução/Jovem Pan

A mais recente coluna de Mauro Cezar Pereira, publicada na terça-feira (29), provocou um abalo na narrativa que vinha sendo construída em torno da sucessão no comando técnico da seleção brasileira. Em contrapartida às especulações de que Jorge Jesus teria se tornado o novo favorito da CBF, o jornalista destacou Abel Ferreira, atual treinador do Palmeiras, como principal alternativa após a negativa de Carlo Ancelotti.

Segundo Mauro, o português revelado pelo futebol brasileiro seria o nome mais viável neste momento, em uma solução intermediária. Isso porque a CBF teria opção de colocá-lo à frente da Seleção nos jogos de junho, com posterior retorno ao clube paulista para a disputa do Mundial de Clubes, antes de uma eventual saída definitiva.

O nome de Abel surge como possível escolha diante do contexto delicado vivido pela confederação, que sofre forte desgaste após o segundo fracasso em negociações com Ancelotti. A opção pelo treinador palmeirense, contudo, dependeria de um entendimento entre as partes, visto que o técnico possui contrato até dezembro, e o clube paulista já manifestou interesse em renová-lo até 2027.

“A ideia existe, mas depende de um acordo mais complexo”, apontou Mauro.

Jorge Jesus monitora situação

Enquanto o cenário se torna mais incerto nos bastidores da entidade, a versão sustentada por Mauro vai na contramão das informações que indicam Jorge Jesus como a alternativa principal após a recusa de Ancelotti. De acordo com essas fontes, o ex-Flamengo estaria de saída do Al-Hilal, clube com o qual mantém vínculo até a metade deste ano.

A CBF já teria colocado o nome do português em pauta em reuniões recentes, conforme revelou o colunista Diogo Dantas. O dirigente máximo da entidade, Ednaldo Rodrigues, teria inclusive mantido Jorge Jesus em “modo de espera” enquanto tentava viabilizar a chegada de Ancelotti.

Negativa de Ancelotti marca desgaste institucional

O processo de negociação entre a CBF e Ancelotti ganhou contornos desgastantes. Conforme apurado por Mauro Cezar e outros jornalistas do UOL, a intenção da confederação de antecipar a saída do treinador do Real Madrid esbarrou em questões financeiras e políticas.

O clube espanhol, ao perceber a movimentação brasileira como oportunidade para se livrar do técnico sem arcar com multa rescisória, não encontrou receptividade por parte do próprio Ancelotti. O italiano fez questão de garantir o pagamento de valores previstos em seu contrato vigente e, por isso, recusou a proposta brasileira.

A decisão definitiva de Ancelotti foi fortemente influenciada pela postura do presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, que, segundo apuração de Eder Traskini, ficou incomodado com o teor das especulações envolvendo o nome do comandante italiano.

O dirigente espanhol decidiu “fechar a porta” para a CBF após uma série de episódios públicos e nos bastidores, entre eles, a presença de um suposto intermediário brasileiro em Madrid, fato que irritou ainda mais os espanhóis. Apesar da negativa oficial, ainda há expectativa por uma reunião entre técnico e dirigente para selar a saída do treinador ao fim da temporada europeia, mas não há qualquer indicativo de liberação antecipada.

CBF pressionada às vésperas de datas importantes

Com a Data Fifa de junho se aproximando, quando a seleção brasileira enfrentará o Equador no dia 4 e o Paraguai no dia 9, ambos em jogos válidos pelas Eliminatórias, a CBF encontra-se sob intensa pressão. O fracasso em concretizar a contratação de Ancelotti pela segunda vez representa não apenas um revés administrativo, mas também uma perda de credibilidade diante dos próprios interlocutores no exterior.

“Os candidatos a ‘pais do furo’ espalhados pelo mundo erraram”, destacou Mauro Cezar, em crítica direta à cobertura apressada de diversos veículos que davam a negociação como certa.