Emiliano Díaz quebrou o silêncio ao comentar a repercussão negativa da declaração feita por seu pai, Ramón Díaz, técnico do Vasco, que afirmou que o “Corinthians é muito maior que o Vasco”. A fala causou desconforto entre torcedores e gerou debates nos bastidores do futebol brasileiro.
Notícias mais lidas:
“Não concordo”, afirmou o argentino, ao ser questionado sobre a fala de Ramón. Emiliano relatou que conversou com o pai sobre o episódio e ouviu dele que a declaração foi mal interpretada. “Eu falei com o Ramón e ele achou que foi mal interpretado, porque ele queria falar como instituição, como CT, como clube, como tudo isso, e foi mal interpretado”, explicou.
Apesar da justificativa, Emiliano reforçou sua posição: “Eu falei para ele: ‘somos duas pessoas, somos pai e filho, mas não pensamos da mesma maneira’. Somos pessoas diferentes e profissionais diferentes. Não tem nada a ver. Eu não posso me responsabilizar pela opinião de um ou de outro”.
A entrevista concedida por Emiliano também abordou sua passagem pelo Corinthians. Segundo ele, o cenário encontrado no clube ao chegar foi de resistência por parte de jogadores e funcionários, mas o panorama se transformou ao longo dos meses.
“Quando cheguei, ninguém queria vir. Hoje, brigam para treinar o Corinthians”, disse. A fala ilustra, conforme pontuado por ele, a mudança no ambiente interno promovida durante o período em que esteve no clube paulista.
Outro ponto levantado pelo ex-auxiliar foi a falta de planejamento estrutural no futebol brasileiro. Para Emiliano, a ausência de projetos a longo prazo prejudica os profissionais, que trabalham sob intensa pressão por resultados imediatos. “Não existe projeto no futebol”, criticou, destacando que os técnicos no Brasil não têm tempo para construir um trabalho sólido.
Ele ainda comentou sobre a pressão externa, o peso das redes sociais nas decisões das diretorias e a instabilidade no cargo de treinador. Embora tenha se adaptado à rotina brasileira, Emiliano reconhece que o ambiente não permite continuidade.
“Você começa a trabalhar e, se perde um jogo, tudo muda. O presidente começa a ser pressionado e, aliás, muda tudo”, afirmou.
Emiliano ressaltou que, apesar do momento difícil que viveu no Corinthians, escolheu permanecer no Brasil. A decisão, segundo ele, foi baseada tanto em razões profissionais quanto pessoais. “O Brasil é um país onde há paixão pelo futebol. E isso me motiva. Mas também sei que é difícil trabalhar aqui”, pontuou.