A declaração de PVC direcionada a Vitor Roque, do Palmeiras

Paulo Vinicius Coelho em programa do Sportv - Foto: reprodução

A trajetória recente de Vitor Roque no Palmeiras reflete uma virada significativa marcada por persistência, apoio interno e, sobretudo, eficiência nos momentos decisivos. O centroavante, que chegou ao clube cercado por desconfiança, passou a ocupar papel determinante na recuperação técnica do time comandado por Abel Ferreira.

Conforme analisado na coluna de Paulo Vinícius Coelho (PVC), o reencontro do atacante com as redes simboliza mais do que uma simples boa fase: representa a restauração da confiança em um jogador que precisou lidar com a pressão desde a sua chegada.

Jejum incômodo e pressão externa

Contratado após passagem conturbada pela Espanha, Vitor Roque desembarcou no Brasil com a responsabilidade de justificar o investimento mais alto da história do futebol nacional. Contudo, a fase inicial no Palmeiras foi marcada por um jejum de 13 jogos e mais de 900 minutos sem balançar as redes.

O desempenho foi alvo de críticas da imprensa espanhola, que o rotulou de “fracasso” e apontou sua condição como jogador ainda substituível, especialmente diante da concorrência de Flaco López.

PVC ressaltou que, aos 20 anos, é raro um atacante alcançar protagonismo imediato na Europa. “Só exceções como Ronaldo e Endrick conseguiram sete gols tão cedo”, comparou o jornalista. Ainda assim, parte da torcida palmeirense demonstrava impaciência, esquecendo que nomes como Rony, maior artilheiro do clube na Libertadores, levaram ainda mais tempo para engrenar.

A virada e a confiança restaurada

A mudança começou a se consolidar com os gols marcados em sequência contra Vasco, Cerro Porteño e São Paulo. No Choque-Rei do último domingo (11), mesmo saindo do banco, Roque foi decisivo ao marcar nos acréscimos e garantir a vitória por 1 a 0, num clássico de forte simbolismo.

A comemoração efusiva dos companheiros expôs o quanto o elenco abraçou o atacante em seu processo de adaptação. “O elenco percebeu e acolheu o centroavante depois da chegada pressionada”, apontou PVC.

Antes disso, já havia deixado sua marca na vitória sobre o Vasco (1 a 0), aproveitando falha na saída de bola do adversário. Contra o Cerro Porteño, apesar de perder chance clara no primeiro tempo, se redimiu ao vencer os zagueiros e marcar o segundo gol, selando o 2 a 0 na Libertadores.

Ambiente interno e respaldo da comissão técnica

João Martins, auxiliar de Abel Ferreira, destacou o papel do clube no suporte emocional ao atleta. Segundo ele, o comportamento de Roque sempre foi profissional, mesmo nos momentos mais difíceis. “O Palmeiras fornece de tudo um pouco. Há liberdade, mas também responsabilidades”, explicou.

Ainda acrescentou que o dia a dia no clube e o respaldo dos companheiros foram fundamentais para que o atacante superasse a fase negativa. “Talvez tenha faltado esse apoio e suporte no Barcelona”, completou.

Além disso, o rodízio promovido pela comissão técnica foi tratado como estratégia, e não punição. A decisão de começar com Estêvão e lançar Roque no segundo tempo, conforme explicou Martins, se baseou no equilíbrio do elenco e nas características dos adversários.

Assim também entende PVC, que definiu o atacante como “centroavante clássico”, e destacou sua presença de área como essencial para o estilo de jogo alviverde.

Sintonia com a arquibancada e novo status

O gol diante do São Paulo serviu para reconectar a equipe com seus torcedores, além de consolidar o bom momento do camisa 9. Para PVC, a vibração coletiva no Allianz Parque simbolizou não apenas a vitória no clássico, mas o início de uma nova fase para o atacante.

“Em oito dias, Vitor Roque saiu do jejum para artilheiro”, escreveu o colunista, lembrando que, naquele período, apenas três outros atletas no continente igualaram sua marca de três gols.

Hoje, Vitor Roque parece ter reencontrado o ritmo que dele se esperava desde o início da temporada. Aliás, com a melhor campanha da fase de grupos da Libertadores em jogo, o Palmeiras voltará a campo na próxima quinta-feira (15), às 19h (de Brasília), diante do Bolívar.