Carlo Ancelotti, um dos treinadores mais vitoriosos da história do futebol europeu, foi oficialmente confirmado como novo comandante da seleção brasileira nesta segunda-feira (12). Contudo, o anúncio ocorre em um momento conturbado de sua trajetória, marcado por um desempenho abaixo das expectativas no Real Madrid durante a temporada 2024/25.
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O técnico italiano, que detém o recorde de cinco títulos da Liga dos Campeões da UEFA e já venceu as cinco principais ligas do continente, encerra sua segunda passagem pelo clube espanhol registrando números negativos inéditos.
Até agora, o time sofreu 13 derrotas, o maior número sob o comando de Ancelotti em Madrid. Para efeito comparativo, na temporada anterior a equipe foi derrotada apenas duas vezes, enquanto em 2022/23 havia perdido em 12 ocasiões.
O Real também amargou insucessos nos principais confrontos da temporada. Contra o arquirrival Barcelona, foram quatro derrotas em clássicos, incluindo duas goleadas. Ao todo, a equipe sofreu 16 gols do adversário catalão e perdeu dois títulos em disputas diretas — a Supercopa da Espanha e a Copa do Rei.
Além disso, a conquista do Campeonato Espanhol também está distante: a três rodadas do fim, os merengues encontram-se sete pontos atrás do líder Barcelona.
Conforme relatado por fontes próximas, o treinador revelou em conversas privadas que sentia o peso da pressão constante no comando da equipe espanhola. A exaustão ficou evidente nas últimas entrevistas, nas quais sua postura revelou menos paciência e maior desgaste emocional.
“Cada um pode fazer a avaliação que quiser”, respondeu ele de forma ríspida ao ser questionado se essa sequência negativa poderia ofuscar sua passagem pelo clube.
Esse cenário levou Ancelotti a comunicar previamente aos jogadores que deixaria o cargo ao fim da temporada. O acerto com a Confederação Brasileira de Futebol já estava alinhado e foi oficializado nesta semana. A transição ocorre num momento em que a seleção busca reencontrar o caminho das vitórias, já que o país não conquista uma Copa do Mundo desde 2002.
Ancelotti assume, portanto, um novo desafio com a missão de conduzir o Brasil de volta ao protagonismo internacional. Enquanto isso, encerra sua jornada no Santiago Bernabéu enfrentando o pior desempenho estatístico de sua carreira no clube, algo que inevitavelmente contrasta com o currículo recheado de conquistas.