Guilherme Ceretta de Lima, ex-árbitro da CBF e um dos nomes mais promissores de sua geração, deixou o cenário nacional em 2015, alegando perseguições internas por sua atuação como modelo. Segundo ele, a Comissão de Arbitragem demonstrava incômodo com sua exposição midiática, o que teria comprometido seu desenvolvimento profissional no Brasil. Atualmente nos Estados Unidos, Ceretta segue na função, mas em compromissos menos expressivos que os que apitava anteriormente, como as finais dos Campeonatos Paulistas de 2013 e 2015.
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Aos 41 anos, ele critica duramente o panorama atual da arbitragem brasileira, afirmando que “piorou o que já não era dos melhores”. Para Ceretta, a formação dos árbitros segue estagnada e a qualidade geral é deficitária. “É muita gente ruim junta, estamos rasgando o protocolo”, declarou. Ele ainda aponta que há um excesso de interferências e falta de consenso interno sobre o que é considerado certo ou errado dentro das quatro linhas.
Nos Estados Unidos, o ex-árbitro atuou em partidas da MLS durante um período de greve da categoria. No entanto, foi impedido de apitar um jogo do Inter Miami por ter publicado, meses antes, uma foto vestindo a camisa do clube de Lionel Messi. Segundo ele, a decisão de sua retirada da escala foi ética e compreensível, mostrando um contraste com o ambiente vivido no Brasil.
Ceretta ainda relembrou episódios marcantes de sua trajetória. Um deles foi o empurrão de Dudu, atacante do Palmeiras, na final do Paulistão de 2015. O caso resultou em condenação judicial do jogador, que foi obrigado a indenizá-lo em R$ 25 mil por danos morais. Outra lembrança foi sua atuação no jogo do centésimo gol de Rogério Ceni, ocasião em que guardou a bola usada na cobrança e uma camisa autografada pelo goleiro.
Por fim, o ex-árbitro não descarta um retorno ao Brasil, mas para uma função administrativa, com o intuito de contribuir com a reformulação da arbitragem nacional. Ele afirma que a estrutura atual está repleta de profissionais que “não agregam nada” e que é preciso “fazer uma limpa” para dar início a uma nova era.