Durante visita oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou publicamente a nomeação do italiano Carlo Ancelotti como novo treinador da seleção brasileira. Embora tenha elogiado a competência e a trajetória do técnico, o mandatário foi incisivo ao afirmar que o principal desafio da equipe nacional atualmente está na qualidade dos atletas disponíveis, e não na figura do comandante.
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Lula declarou que Ancelotti “é um grande técnico, foi um bom jogador” e possui preparo suficiente para colaborar com os objetivos do Brasil, que incluem a classificação e a disputa do título na Copa do Mundo de 2026. Contudo, ele ponderou que a atual formação da equipe nacional não possui o mesmo nível técnico de gerações anteriores.
“Estamos numa entressafra de jogadores que não é igual à que já tivemos. É só lembrar do nosso ataque em 2002 e 2006 para ver que estamos longe daquilo lá”, afirmou o presidente, destacando a disparidade entre os ciclos recentes e os que marcaram o auge da seleção.
Ainda que demonstre confiança na experiência do novo treinador, Lula ressaltou que o futebol brasileiro sofre com problemas estruturais. Segundo ele, a curta duração dos períodos de preparação e o modelo atual de convocação afetam negativamente o desempenho da equipe.
“É muito difícil juntar jogador 15 dias antes do jogo, o técnico ter dois dias para escalar o time e achar que vai ganhar, quando todo mundo se prepara muito”, pontuou.
Presidente do Brasil, Lula fala sobre contratação de Ancelotti e diz que Seleção Brasileira deveria fazer experiência de convocar somente jogadores que atuam no Brasileirão.
— Planeta do Futebol 🌎 (@futebol_info) May 13, 2025
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Sugestão à CBF
Outro ponto de destaque foi a sugestão feita por Lula à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O presidente propôs que a seleção fosse montada com base no desempenho dos jogadores ao fim do Campeonato Brasileiro, priorizando quem atua no país.
Para ele, uma equipe formada pelos 22 atletas de melhor rendimento na competição nacional poderia, no mínimo, igualar o desempenho das convocações que mesclam jogadores de diversas ligas do mundo. “Acho que seria igual, ou até melhor”, concluiu.
Apesar de atualmente demonstrar apoio à chegada do italiano, Lula já havia manifestado posição diferente em 2023, quando questionou a escolha de um técnico estrangeiro. Na ocasião, disse: “Eu gosto do Ancelotti, mas ele nunca foi técnico da Itália. Se fosse resolver o Brasil, por que nunca resolveu a Itália?”.
A contratação de Ancelotti, anunciada oficialmente pela CBF, encerra um longo ciclo de negociações. O italiano assumirá o cargo no dia 26 de maio, logo após se despedir do Real Madrid na última rodada do Campeonato Espanhol, contra a Real Sociedad.
O acordo, intermediado por Diego Fernandes, prevê que Ancelotti seja o quarto estrangeiro a comandar a seleção brasileira principal, um marco inédito em meio às expectativas por melhores resultados.
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, definiu a chegada do treinador como estratégica e simbólica: “Trazer Carlo Ancelotti é uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio”.