O Conselho Deliberativo do Corinthians marcou para segunda-feira (26) a retomada da votação sobre o processo de impeachment do presidente Augusto Melo. A convocação foi feita por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho, com o objetivo de dar continuidade ao rito que havia sido interrompido em janeiro por falta de tempo hábil para sua conclusão.
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Na ocasião anterior, o processo havia avançado apenas até a fase de admissibilidade, com aprovação apertada por 126 votos a 114. Contudo, o afastamento definitivo de Augusto Melo não chegou a ser apreciado. Agora, a nova sessão contará com duas falas iniciais: uma do presidente da Comissão de Ética e Disciplina e outra de Melo ou de seu representante legal, cada um com até 30 minutos. Só depois os conselheiros votarão de forma secreta, por meio de cédulas em papel.
A mobilização do Conselho ocorre em meio a um cenário conturbado nos bastidores do clube. Afinal, Melo tem enfrentado críticas constantes após denúncias relacionadas ao caso VaideBet, patrocinadora envolvida em controvérsias logo no início de sua gestão. Além disso, a reprovação das contas referentes ao ano de 2024 e a saída de diversos diretores próximos ao presidente aumentaram ainda mais a pressão.
Atualmente, Melo é alvo de quatro processos de impeachment. O mais recente foi protocolado pela Comissão de Justiça, com assinatura de Leonardo Pantaleão, ex-diretor jurídico do clube. O documento argumenta que houve gestão temerária e se baseia em pareceres técnicos do Conselho Fiscal e do CORI (Conselho de Orientação e Fiscalização).
Segundo esses pareceres, a gestão apresentou um déficit de R$ 181 milhões no último ano. O passivo bruto do Corinthians atingiu R$ 829 milhões, embora parte desse montante seja compensada por receitas a receber, segundo a diretoria.
Anteriormente, três outros pedidos já haviam sido abertos, incluindo um com mais de 90 assinaturas e outro com recomendação direta do CORI. Um deles foi formalizado pelo conselheiro Paulo Roberto Bastos Pedro.