A ausência de quatro titulares — Vini Jr, Rodrygo, Camavinga e Tchouaméni — na reta final da La Liga criou um cenário inesperado no Real Madrid. Com a equipe já campeã nacional, Carlo Ancelotti opta por rodar o elenco. Assim, Endrick ganhou a oportunidade de ser escalado diante do Mallorca, nesta quarta-feira (14), pela 36ª rodada do Campeonato Espanhol.
Notícias mais lidas:
Com o calendário favorável e poucos compromissos decisivos, o técnico italiano decidiu avaliar jovens do grupo. Endrick, que soma 220 minutos em campo na liga espanhola, terá a chance de disputar vaga entre os suplentes com Arda Güller e Brahim Díaz. Caso Ancelotti mantenha o atual sistema tático, restarão duas vagas para o trio concorrer.
Números modestos e desafio por espaço
Apesar de ter disputado 35 partidas na temporada pelo clube merengue, o brasileiro acumula apenas 713 minutos em campo, média inferior a oito jogos completos. Mesmo assim, já balançou as redes sete vezes. Na Copa do Rei, terminou como vice-artilheiro, empatado com Julián Álvarez, do Atlético de Madrid.
O baixo tempo de jogo contrasta com o potencial reconhecido pela comissão técnica da Seleção Brasileira. Endrick marcou presença em uma das convocações passadas, entrando em campo por 45 minutos na derrota para a Argentina, mas acabou preterido nas partidas contra Colômbia e a própria Argentina pelas Eliminatórias.
Relação com Ancelotti é vista como positiva
Apesar de críticas públicas feitas por Ancelotti após um lance desperdiçado por Endrick — em que o atacante tentou uma cavadinha e foi repreendido —, o episódio não causou mal-estar. O técnico afirmou que o jogador precisa aprender com os erros e manter a simplicidade nas decisões ofensivas: “Ele não pode fazer essas coisas. É jovem, tem que aprender, tem que chutar o mais forte possível. Não fazer coisas de teatro.”
Mesmo com esse episódio, o estafe do jogador avalia que a chegada de Ancelotti à Seleção não representa um risco, mas sim uma oportunidade. Segundo relatos próximos, o treinador sempre reconheceu o esforço e dedicação do atacante nos treinos e nas poucas oportunidades recebidas no Real.
Realidade distinta no clube e na Seleção
Se no Real Madrid a concorrência é pesada com Mbappé, Rodrygo e Vinicius Jr, o cenário na Seleção é bem diferente. Ancelotti se prepara para divulgar sua primeira lista como treinador do Brasil no próximo dia 26 de maio, visando os compromissos contra Equador e Paraguai pelas Eliminatórias.
Nesse contexto, Endrick surge como uma das possibilidades para o comando de ataque, já que a posição de centroavante segue indefinida. Entre os nomes que foram testados anteriormente, estão João Pedro, Matheus Cunha, Igor Jesus, Pedro e Evanílson.
Desses, apenas o jogador do Flamengo está 100% recuperado de lesão e vive bom momento físico.
Avaliação interna e expectativas
A comissão técnica do Real Madrid já demonstrou interesse em observar Endrick mais de perto, especialmente nos jogos finais da temporada. Internamente, a sensação é de que o atacante ainda tem margem de evolução, mas a entrega demonstrada nos treinamentos e o desempenho pontual em jogos importantes garantem prestígio.
Endrick, aliás, já viveu situação semelhante no Palmeiras. No clube paulista, chegou a ser criticado publicamente por Abel Ferreira, mas encerrou a temporada de 2023 como peça-chave na conquista do Campeonato Brasileiro. Assim, há uma expectativa no entorno do jogador de que ele possa repetir o mesmo roteiro com Ancelotti, tanto no clube quanto na Seleção.