A declaração de Juca Kfouri direcionada ao Corinthians: “O jogador fica preocupado…”

Escudo do Corinthians na Néo Química Arena (Foto Reprodução/Instagram)

Em sua coluna no UOL Esporte, o jornalista Juca Kfouri foi contundente ao analisar o momento turbulento vivido pelo Corinthians. Segundo ele, o clube precisa provar que ainda é maior que o abismo em que se meteu. A crítica surge no contexto de uma crise que, segundo o colunista, não se limita apenas ao campo financeiro, mas que afeta o desempenho esportivo e o ambiente interno da instituição.

Conforme pontuado por Juca, “essa história de dizer que se blinda o elenco desse tipo de crise, não blinda”, destacando que a instabilidade fora das quatro linhas inevitavelmente repercute no comportamento dos atletas.

No programa “Posse de Bola”, Kfouri observou que o desempenho da equipe no primeiro tempo do último jogo espelhou a situação da diretoria, especialmente a figura de Augusto Melo, atual presidente. Para ele, o dirigente representa o ápice da instabilidade, não apenas por sua atuação administrativa, mas também pelo risco de ser indiciado pela Polícia Civil e enfrentar um processo de impeachment.

O colunista foi direto ao afirmar: “O megalomaníaco vai entrar para a história: conseguiu superar Duílio Monteiro Alves […] Agora perde o lugar e passa a ser o segundo para Augusto Melo, que é o pior”.

A fala de Juca se ancora em fatos recentes que colocam em xeque a governança do clube. Entre eles, a ligação de parte dos recursos do patrocínio da Vai de Bet com uma conta vinculada ao PCC, conforme revelado em reportagem do UOL. Essa denúncia ampliou ainda mais a pressão sobre a atual gestão, que tenta reagir ao desgaste com a apresentação de novos diretores e uma série de declarações do presidente.

Augusto Melo tem insistido em se desvincular da dívida atual do clube, que ultrapassa os R$ 800 milhões. Em diversas entrevistas, reforçou que não reconhece como sua a responsabilidade pelo rombo financeiro e declarou: “Não vou pagar por dívida que não é minha”.

Ainda segundo o dirigente, há comprovação técnica, por meio de auditoria independente, de que os passivos têm origem nas gestões anteriores. Melo também afirma que, apesar do contexto desfavorável, levou R$ 1 bilhão em patrocínios ao clube e projeta superar esse número em breve.

Aliás, essa narrativa de resgate da credibilidade financeira tem sido sustentada com ênfase nas cifras. “Eu trouxe 1,8 bilhão de receita pro Corinthians. Eu trouxe. Eu. Vai chegar agora a um outro patamar”, afirmou o presidente, assumindo total protagonismo nas negociações.

Embora se defenda com números, Augusto também enfrenta críticas internas e externas por decisões administrativas, contratações de base e mudanças constantes em cargos de diretoria.

Enquanto isso, os torcedores observam o desdobramento político de uma possível destituição presidencial. A reunião decisiva do Conselho Deliberativo está marcada para segunda-feira (26), quando será votado o impeachment do mandatário.

A instabilidade se agrava com promessas de reforços e com discursos inflamados que, apesar de apontarem um “projeto gigante”, não conseguem apagar o desgaste acumulado nos bastidores.

Assim sendo, a análise de Kfouri sintetiza uma realidade inquietante. Para ele, a imagem do Corinthians atual não condiz com sua história centenária. O clube, que sempre se vangloriou de sua resistência e tamanho, agora se vê desafiado a provar que ainda é maior que a crise.