Durante participação no programa “Galvão e Amigos”, exibido na Band, o comentarista e ex-jogador Walter Casagrande protagonizou uma crítica contundente à Confederação Brasileira de Futebol. De forma direta e sem amenizar o tom, ele afirmou: “A CBF é uma instituição falida moralmente. Ela é falida moralmente há muito tempo. E atrapalhando o futebol. Destruindo completamente o futebol brasileiro, principalmente de seleção”.
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Aliás, Casagrande ainda ressaltou que, em sua visão, o novo dirigente não reúne condições para assumir o cargo. “Não era o momento, a meu ver, de surgir uma pessoa sem experiência nenhuma no futebol, com total desconhecimento, inclusive total desconhecimento e totalmente desconhecido de Confederação… Paraguai, Argentina, na FIFA, em todo lugar”, disparou.
Questionamentos sobre representatividade e legitimidade
O ex-jogador colocou em xeque o peso que a CBF poderá ter em organismos internacionais com Xaud no comando. “Ela não é uma pessoa reconhecida. Qual será o peso da CBF numa Conmebol? Qual será o peso da CBF numa reunião na FIFA para discutir decisões?”, questionou.
Para Casagrande, o futuro presidente não possui trajetória relevante no cenário esportivo, tampouco possui voz ativa nas instâncias que regem o futebol global.
Conforme enfatizou durante o programa, o cargo exige representatividade: “O presidente tem que ser conhecido. O presidente tem que ser um cara que fez alguma coisa pelo futebol”. Posteriormente, ainda completou de forma crítica: “Nem presidente da Federação de Roraima ele é. Porque é o pai dele e ele ia assumir em 27”.
"O futuro presidente da CBF tem total desconhecimento de futebol e é desconhecido. Qual será o peso da CBF na FIFA e na Conmebol? Presidente tem que ser conhecido. Nem presidente da Federação de Roraima ele é."
— Planeta do Futebol 🌎 (@futebol_info) May 20, 2025
🎙️ Casagrande, na Band.
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A percepção de retrocesso no futebol brasileiro
Enquanto Galvão Bueno adotou um tom mais diplomático ao desejar que Samir Xaud conclua o mandato com dignidade — como não ocorreu com antecessores como Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero—, Casagrande foi categórico ao classificar a escolha como um entrave ao desenvolvimento do esporte no país.
“Para mim é ainda um freio, um bloqueio da manifestação dos campeões. Uma tentativa de alertar e de abrir os olhos para o futebol evoluir. Eu não vi isso. Foi com um bloqueio da evolução, na minha opinião. Um bloqueio da evolução”, concluiu o comentarista, com veemência e inconformismo.
Contexto da mudança na presidência da CBF
A troca no comando da CBF ocorre após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que afastou Ednaldo Rodrigues em razão de suspeita de falsificação de assinatura em documento validado pelo Supremo Tribunal Federal.
Apesar de ter tentado retornar, Ednaldo recuou e protocolou petição afirmando que não retomará o cargo, alegando, inclusive, perseguição política por sua origem nordestina e condição racial.
Enquanto isso, Samir Xaud, que fora eleito para comandar a Federação Roraimense de Futebol, surge como candidato único à presidência da CBF. Médico por formação, sua ascensão é vista com reservas por parte da opinião pública e por figuras do meio esportivo, justamente pelo seu histórico alheio ao futebol em níveis nacional e internacional.