Ataque do Flamengo vive um padrão recente com Filipe Luís

Filipe Luís pelo Flamengo (Fotos: Gilvan de Souza/Flamengo)

Apesar de liderar o ranking de gols no Campeonato Brasileiro, o Flamengo enfrenta questionamentos sobre sua produção ofensiva recente. Embora o time tenha balançado as redes 17 vezes na Série A, a maioria dos gols ocorreu no segundo tempo, indicando uma dificuldade em definir as partidas ainda na primeira etapa.

A análise dos 48 gols marcados pela equipe ao longo da temporada revela que 45,6% foram anotados antes do intervalo, enquanto 27 aconteceram na segunda metade dos confrontos.

Em maio, o Rubro-Negro disputou seis partidas, todas com produção ofensiva modesta: foram apenas seis gols, média de um por jogo. Desde a goleada por 4 a 0 sobre o Corinthians, no fim de abril, o setor ofensivo apresentou queda de rendimento, mesmo mantendo bons números defensivos.

A equipe dirigida por Filipe Luís empatou seis vezes por 0 a 0 em 2025, o que levantou dúvidas sobre sua capacidade de finalização nas etapas iniciais das partidas.

Detalhamento cronológico dos gols

A distribuição temporal dos gols reforça a tendência de reação tardia. Apenas oito foram marcados nos 15 primeiros minutos, enquanto seis saíram entre os 16 e os 30 minutos e sete entre os 31 e os 45. O aproveitamento do time nesses momentos é positivo, especialmente quando marca cedo: o Flamengo venceu 91,6% das partidas em que balançou as redes no início do primeiro tempo.

Já na segunda etapa, os números aumentam: nove gols entre os minutos iniciais e 15, sete entre os 16 e os 30, e impressionantes 11 na reta final, entre os 31 e os 45. Essa estatística mostra que a equipe é mais eficiente na parte final dos jogos, sobretudo quando enfrenta defesas mais desgastadas ou faz alterações táticas. A título de comparação, os gols tardios resultaram em 100% de aproveitamento nos jogos analisados.

Ajustes táticos e declarações de Filipe Luís

Filipe Luís, técnico do time, reconheceu as limitações na efetividade ofensiva: “Muito simples: colocar a bola para dentro, é o que falta. Tem vezes em que estamos mais inspirados e, em outras, não”. Segundo ele, a preparação tática é feita com base no estudo dos adversários, mas a execução final depende da tomada de decisão dos atletas em campo.

Apesar disso, o treinador tem mantido confiança na evolução do elenco, mesmo diante de desfalques e da necessidade de preservação física de titulares. Na última vitória sobre o Botafogo-PB, pela Copa do Brasil, o gol da classificação saiu nos minutos finais, com um time misto em campo.

A próxima meta do clube é enfrentar o Palmeiras, fora de casa, neste domingo (25), às 16h, antes de embarcar para a disputa da Copa do Mundo de Clubes.

Perspectiva do elenco e planejamento futuro

Ainda que o Flamengo não declare uma crise ofensiva, já há consenso interno sobre a necessidade de reforços no setor de criação e ataque. A busca por equilíbrio entre defesa sólida — que já passou ilesa em 20 dos 28 jogos do time principal no ano — e maior poder de finalização se tornou prioridade.

Aliás, a comissão técnica entende que o rendimento ofensivo precisa se consolidar para que o time mantenha protagonismo nas competições em que está envolvido.