Candidato único à presidência da CBF na eleição marcada para o próximo domingo (25), Samir Xaud se reuniu recentemente com Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo, para tratar de temas sensíveis ao clube, como a criação da Liga e a arbitragem nacional.
Notícias mais lidas:
Apesar da sinalização de abertura ao diálogo, Xaud limitou-se a prometer que faria o que estivesse ao seu alcance, sem apresentar compromissos sólidos.
Baptista, ciente da ausência de garantias formais, não se deixou convencer. “É importante ouvir, mas é mais relevante ainda ver atitudes concretas. Sem isso, não dá para confiar”, teria sido seu posicionamento, conforme apuração das reportagens.
Nesse cenário, o dirigente decidiu adotar uma postura de fiscalização, deixando claro que não aceitará apenas boas intenções como resposta às demandas rubro-negras.
Estratégia de protesto e articulação entre clubes
A resposta institucional do Flamengo vai além da rejeição às promessas de Xaud. O clube anunciou que deverá se abster da votação na eleição da CBF, configurando um movimento de protesto. Essa decisão tem como principal objetivo contestar a legitimidade do processo eleitoral, que foi amplamente esvaziado após o registro da chapa de Xaud com o apoio de 25 das 27 federações estaduais. Esse número, na prática, impossibilitou qualquer concorrência.
O clube carioca também tem se articulado com outras instituições relevantes do futebol nacional, como o Corinthians. A ideia é construir um bloco de oposição que questione a ausência de debate e o modelo atual de escolha do comando da entidade máxima do futebol brasileiro.
A união entre essas equipes pode, eventualmente, enfraquecer a autoridade do pleito e pressionar por mudanças estruturais .
Apoio anterior a outro nome
Anteriormente, Flamengo e outros integrantes das Ligas Libra e LFU já haviam declarado apoio a Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol. Contudo, a manobra de Xaud para antecipar o registro da chapa inviabilizou qualquer possibilidade de disputa. Isso gerou frustração entre os clubes que esperavam um processo mais transparente e plural.
Assim sendo, a estratégia do Flamengo se concentra agora em levantar questionamentos públicos, evitando endossar uma eleição considerada, por seus dirigentes, como carente de legitimidade. A medida pode também servir de estímulo para que mais clubes se juntem ao movimento e, dessa forma, o pleito não seja aceito sem resistência significativa no cenário esportivo nacional.
Conclusão: impasse e vigilância
Portanto, o atual posicionamento do Flamengo evidencia um momento de impasse institucional no futebol brasileiro. Embora Xaud tenha buscado aproximação com dirigentes de peso, como Bap, a ausência de compromissos concretos e a condução do processo eleitoral têm reforçado a desconfiança.
A articulação com outros clubes e a escolha por não participar da votação indicam que o clube da Gávea pretende exercer vigilância ativa e buscar maior representatividade nas decisões futuras da CBF.