Fernando Diniz viveu intensamente a classificação do Vasco às oitavas de final da Copa do Brasil, após a vitória nos pênaltis diante do Operário. Mesmo sendo apenas sua terceira partida no comando da equipe, o técnico foi um dos personagens centrais da noite em São Januário.
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Inquieto desde os primeiros minutos, ele alternou momentos de serenidade com explosões de impaciência, principalmente diante de falhas na marcação e decisões equivocadas de seus comandados.
A postura de Diniz durante o primeiro tempo refletia confiança. O time impunha marcação alta, mostrava intensidade ofensiva e criava chances claras de gol. Com esse cenário, o treinador demonstrava satisfação e mantinha relativa tranquilidade.
Contudo, a queda de rendimento após os 20 minutos, com o Operário ganhando espaços e explorando erros individuais, alterou o comportamento do técnico. A partir daí, sua voz passou a ser constantemente ouvida orientando e cobrando ajustes táticos e de posicionamento.
Relação intensa com Rayan e tensão com Loide
Uma das figuras mais acionadas por Diniz foi o atacante Rayan. O treinador o chamou repetidas vezes à beira do gramado para orientações. Aos 40 minutos, o técnico foi além da linha lateral gritando instruções. No minuto seguinte, o jovem balançou as redes.
“Diniz é um paizão pra mim. Me dá muita bronca, mas é para o meu bem”, disse Rayan, em entrevista pós-jogo, sinalizando a influência direta do treinador no desempenho ofensivo do time.
O contraste veio na relação com Loide Augusto. Entrando no segundo tempo, o angolano ignorou chamados de Diniz e protagonizou um momento polêmico. Após tentativa frustrada de jogada individual, Loide gesticulou em direção ao banco, gerando a irritação do comandante, que chegou a invadir a área técnica adversária para cobrar o atleta.
Na coletiva, Diniz minimizou o episódio: “Comigo não aconteceu nada… Estava focado no jogo, para mim não houve problema nenhum”.
Silêncio nos pênaltis e celebração contida
Com o empate por 1 a 1 no tempo normal, a decisão foi para as penalidades. Contrariando o estilo enérgico mostrado durante os 90 minutos, Diniz adotou postura introspectiva durante as cobranças. Manteve-se em silêncio mesmo após erros vascaínos e defesas cruciais de Léo Jardim.
A explosão de alívio veio apenas na última cobrança, quando o goleiro garantiu a vaga. Na saída para a coletiva, Diniz exibiu dois “V” com as mãos e celebrou com a frase: “Aos vascaínos: vitória, Vascão!”.
Reflexos da partida no planejamento
Embora a classificação tenha sido motivo de comemoração, Diniz deixou claro que o desempenho esteve abaixo do esperado. A queda de rendimento físico na etapa final foi um ponto de alerta, assim como a falta de opções efetivas no banco de reservas.
Em campo, a equipe demonstrou cansaço e pouco poder de reação. O treinador associou a oscilação à sequência recente de jogos e reforçou a necessidade de evolução coletiva para os próximos desafios.