Nesta sexta-feira (23), o Vasco da Gama convocou sua Assembleia Geral Extraordinária para deliberar sobre a criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), estrutura empresarial que atuará exclusivamente na condução da reforma do estádio de São Januário.
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A votação ocorre entre 9h e 19h (horário de Brasília) e, conforme expectativas internas, deve ser aprovada sem grandes obstáculos.
A SPE funcionará como pessoa jurídica independente, dedicada à gestão técnica, financeira e operacional da modernização do estádio. O principal mecanismo de arrecadação previsto é a venda do potencial construtivo da Colina Histórica, conceito urbanístico que permite negociar o direito de construir em outras regiões da cidade com empresas interessadas.
Após registro da SPE na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro, o clube poderá formalmente receber da Prefeitura os direitos sobre esse instrumento urbanístico e iniciar sua comercialização.
Captação de recursos e fluxo de investimentos
De acordo com os termos divulgados, os valores obtidos com a venda do potencial construtivo serão direcionados a uma conta exclusiva da própria SPE. Inicialmente, o uso será limitado a 20% do montante captado, permitindo ao clube aplicar o recurso de forma escalonada.
A liberação gradual ocorrerá conforme o cumprimento de metas pré-estabelecidas com a Prefeitura, possibilitando o acompanhamento e controle institucional da execução do projeto.
Aliás, todas as receitas arrecadadas nessa operação deverão ser destinadas, exclusivamente, à reforma e aos encargos ligados à obra, incluindo pagamento de profissionais e despesas administrativas do projeto.
Detalhes do projeto arquitetônico e estimativas financeiras
A proposta arquitetônica da modernização de São Januário foi concebida por Sergio Dias. Segundo o planejamento inicial, o investimento necessário é estimado em R$ 506 milhões. Entretanto, conforme declarou Renato Brito Neto, segundo vice-presidente geral e responsável pelo processo, a cifra pode variar diante das possíveis adaptações em discussão com o poder público.
A capacidade do novo estádio deve ficar entre 43 mil e 57 mil lugares.
Conforme o cronograma ainda preliminar, a expectativa é que a reforma comece ao término da atual temporada. Contudo, uma data oficial para o início das intervenções ainda não foi definida. O clube também considera firmar parcerias com empresas privadas para complementar o financiamento da obra, inclusive com a possibilidade de formação de um fundo de investimento voltado exclusivamente à infraestrutura do estádio.
Impactos administrativos e urbanísticos
Além de ser peça central na estratégia de modernização do patrimônio vascaíno, a SPE representará um novo modelo de governança para grandes projetos no clube. A criação dessa entidade jurídica visa conferir maior transparência ao processo, aumentar a atratividade para investidores e facilitar a interlocução com entes públicos, principalmente no que diz respeito às licenças e aprovações legais.
Ademais, a negociação do uso do Maracanã para partidas durante os anos de 2025 e 2026 tem sido articulada em paralelo com Flamengo e Fluminense, considerando que o São Januário estará indisponível em boa parte do período de obras.