Jogadores do Corinthians estão insatisfeitos com dirigente

Escudo do Corinthians na Néo Química Arena (Foto Reprodução/Instagram)

A atual instabilidade política no Corinthians tem causado apreensão no elenco profissional, trazendo à tona um ambiente de dúvidas no CT Joaquim Grava. Jogadores têm demonstrado preocupação com a possibilidade de impeachment do presidente Augusto Melo, recentemente indiciado pela Polícia Civil no caso VaideBet. A repercussão dos desdobramentos envolvendo a gestão atingiu diretamente o ambiente interno do clube.

Diante da turbulência, atletas procuraram diretores e representantes pessoais em busca de esclarecimentos. A inquietação gira, sobretudo, em torno do cumprimento de obrigações contratuais e metas esportivas pactuadas. Conforme apuração dos veículos, esse mal-estar é debatido de forma recorrente entre os integrantes do elenco, refletindo um cenário de tensão nos corredores do centro de treinamentos.

Papel estratégico de Fabinho Soldado

Em meio a esse quadro delicado, Fabinho Soldado assumiu papel central no esforço para blindar o departamento de futebol. O executivo, que detém autonomia para decisões internas e atua diretamente nas diretrizes operacionais do CT, tem buscado garantir aos jogadores e comissão técnica que a rotina será mantida, independentemente do desfecho político envolvendo o atual mandatário.

Aliás, embora formalmente subordinado à presidência, Fabinho é apontado como figura de confiança por diferentes setores da diretoria. Ele tem atuado, primordialmente, como interlocutor entre os ânimos do vestiário e os assuntos administrativos.

Sua missão tem sido transmitir estabilidade institucional, mesmo com a iminente votação no Conselho Deliberativo prevista para segunda-feira (26).

Insegurança institucional atinge planejamento esportivo

Embora o Corinthians esteja focado na sequência do Campeonato Brasileiro, além da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana, os ruídos políticos impactam diretamente o planejamento da temporada. Jogadores como Garro, Memphis e Matheuzinho, que estão em fase de retorno, integram parte das estratégias pensadas para as competições em curso, mas a continuidade dessas movimentações é colocada em xeque diante da crise.

Conforme relatos obtidos junto a fontes internas, mesmo os profissionais que não se envolvem diretamente na esfera política demonstram apreensão sobre a condução do clube. “O clima de insegurança é normal e faz parte do dia a dia de qualquer clube grande com disputas internas”, comentou um membro da gestão, sob anonimato.

Situação de Augusto Melo agrava o ambiente

Augusto Melo, centro das investigações que envolvem acusações formais, afirmou que não renunciará ao cargo e se declara inocente. Apesar disso, a iminência de sua saída — seja por renúncia ou por afastamento imposto — acirra ainda mais as especulações nos bastidores. Isso, inevitavelmente, afeta os profissionais que dependem da estabilidade administrativa para manter o foco nos objetivos esportivos.

Ainda mais, esse cenário se desenrola em paralelo à análise de uma proposta bilionária feita pela Adidas, a ser discutida pelo Conselho de Orientação (CORI), sinalizando que, enquanto o clube busca soluções financeiras e parcerias comerciais, a crise institucional avança sem resolução concreta.