Ronaldo Fenômeno é sincero sobre eleições na CBF: “Essa palhaçada…”

Ronaldo Fenômeno durante premiação da FIFA (Foto: Reprodução)

O ex-jogador Ronaldo criticou duramente o processo eleitoral em curso na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Durante participação no Grande Prêmio de Emilia-Romagna de Fórmula 1, em Ímola, na Itália, o ex-atacante voltou a apontar o modelo atual como um entrave à modernização da entidade que comanda o futebol nacional. “Enquanto o estatuto da CBF for esse em que o poder fica na mão dos 27 presidentes de federações, essa palhaçada vai continuar”, afirmou.

Ronaldo, que chegou a lançar uma pré-candidatura à presidência da CBF entre o final de 2024 e o início de 2025, declarou ter desistido da disputa após encontrar resistência das federações estaduais. Segundo ele, foram “23 portas fechadas” ao tentar apoio. O ex-jogador avaliou que, com a estrutura vigente, não há espaço para reformas significativas. “Muda a página, mas o livro é o mesmo. Tudo farinha do mesmo saco”, desabafou.

A nova eleição na CBF está marcada para domingo (25). O pleito foi convocado por Fernando Sarney, designado pela Justiça como interventor após o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade. Dois nomes estavam confirmados na disputa: Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista, e Samir Xaud, da Federação Roraimense. No entanto, apenas Samir registrou a chapa, e portanto, é candidato único.

Conforme o estatuto da CBF, os votos das 27 federações têm peso três. Já os clubes da Série A possuem voto com peso dois, enquanto os da Série B votam com peso um. Essa distribuição é, aliás, um dos pontos centrais da crítica de Ronaldo, que defende um modelo mais equilibrado entre clubes e federações.

Segundo o ex-jogador, qualquer nome eleito seguirá preso aos interesses dos atuais dirigentes estaduais. “Vai maquiar um pouco o que está acontecendo. Mas daqui a pouco volta a mesma história”, declarou.

Ronaldo também apontou que o futebol brasileiro possui potencial para retomar protagonismo mundial, contudo, reforçou que isso depende, primordialmente, de uma mudança estrutural. “Bastaria uma reforma importante para a gente ter esperança de títulos novamente e reconectar a seleção ao torcedor”, concluiu.