A Fifa oficializou, nesta quinta-feira (29), um novo Código Disciplinar que estabelece sanções mais rígidas para casos de racismo no futebol. A medida, aprovada pelo Conselho da entidade, exige que federações nacionais atualizem seus regulamentos até o final de 2025, a fim de que se adequem às novas diretrizes internacionais.
Notícias mais lidas:
Conforme o novo texto, o artigo 15 foi reformulado para fortalecer a aplicação do protocolo de três etapas: interrupção, suspensão e encerramento da partida. Aliás, qualquer jogador ou participante poderá agora solicitar a intervenção do árbitro ao relatar uma conduta racista, o que amplia a responsabilidade da arbitragem diante de situações discriminatórias.
Além do reforço nas atribuições em campo, o Código também aumenta significativamente o valor das sanções financeiras. A multa mínima prevista é de 20 mil francos suíços (cerca de R$ 137 mil), podendo alcançar até 5 milhões de francos suíços — o equivalente a R$ 34 milhões. Essa quantia representa uma exceção, visto que o documento estabelece, em outro trecho, que penalidades não devem ultrapassar 1 milhão de francos suíços.
Em casos de reincidência, as punições poderão incluir desde partidas com portões fechados e dedução de pontos até o rebaixamento da equipe ou exclusão de torneios. Portanto, o novo regulamento vai além das multas, buscando um impacto esportivo que force mudanças estruturais nos clubes e associações.
A Fifa também se reservou o direito de intervir diretamente em federações que, segundo avaliação da entidade, não estiverem aplicando as normas adequadamente. Nesse cenário, a organização poderá até recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para contestar decisões locais consideradas omissas.
Durante o congresso da Fifa, em Assunção, Gianni Infantino reforçou o compromisso da instituição com o combate à discriminação. “Racismo é crime. Estamos trabalhando para que isso seja refletido na legislação de todos os países”, declarou o presidente.