A declaração de Neto direcionada a Augusto Melo, ex-presidente do Corinthians

Craque Neto, apresentador da Band (Foto: Kelly Fuzaro/Band)

A instabilidade política do Corinthians ganhou um novo e preocupante capítulo no último sábado (31), quando a sede do clube, no Parque São Jorge, foi palco de um episódio marcado por tumulto, invasão e forte presença policial. O caso envolveu o presidente afastado, Augusto Melo, seus apoiadores, integrantes da torcida organizada Gaviões da Fiel e dirigentes da atual gestão.

Durante o programa “Apito Final”, exibido pela Band, o ex-jogador e apresentador Craque Neto não poupou críticas ao ocorrido. “É uma das maiores vergonhas da história de um clube como o Corinthians. De um time democrático, do Sócrates. O que vocês fizeram ontem mostra o quanto vocês não gostam do Corinthians”, afirmou. Para ele, tanto os que disputam o poder quanto os que o deixaram agiram de forma condenável.

Augusto Melo - Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Augusto Melo – Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

O ex-camisa 10 do Timão aproveitou para relembrar os últimos anos da política corintiana, apontando que o clube sofre com má administração há mais de três décadas. Segundo ele, desde os tempos de Alberto Dualib, nos anos 90, os problemas se acumulam. Neto destacou que o último dirigente que comandou o Corinthians com competência foi Vicente Matheus, que ocupou o cargo pela última vez entre 1987 e 1991.

Ainda que tenha elogiado a presença dos torcedores na Neo Química Arena, durante o empate sem gols contra o Vitória pelo Campeonato Brasileiro, o comentarista cobrou mais atitude. “Deveriam ter vaiado do primeiro ao último minuto”, afirmou, em protesto às confusões que envolvem a direção do clube. A manifestação dele reflete a insatisfação de parte da torcida diante do atual cenário político e administrativo.

A confusão teve início quando a conselheira Maria Angela de Souza Ocampos, aliada de Augusto Melo, declarou ter assumido a presidência do Conselho Deliberativo com o objetivo de anular o afastamento do mandatário. Contudo, o presidente interino Osmar Stabile não aceitou a medida e se recusou a sair do local, o que desencadeou a invasão de apoiadores de Melo ao quinto andar do clube, onde fica a sala da presidência.

Romeu Tuma Júnior, responsável pelo processo que afastou Augusto Melo, classificou o ato como uma tentativa de golpe institucional. Segundo ele, o impeachment ocorreu de maneira legítima e deve ser respeitado. Diante da tensão, a polícia foi acionada para controlar a situação. Apesar da confusão, Melo conversou com a imprensa e negou que a ação fosse golpista, afirmando que buscava retornar ao cargo de forma legal.

Entretanto, o Corinthians divulgou oficialmente que Augusto Melo segue afastado e que não há qualquer decisão válida que reverta esse status. A crise, portanto, permanece instalada no clube, com seus bastidores cada vez mais conturbados e distantes do foco esportivo. Enquanto isso, os torcedores seguem acompanhando, entre a paixão pelo time e a frustração com os rumos fora de campo.