Flamengo embolsa 300 milhões em poucos dias

Escudo do Flamengo no gramado do Maracanã (Foto: Reprodução)

Com uma arrecadação expressiva nos últimos meses, o Flamengo vive um momento de maior estabilidade financeira, mas adota uma postura prudente nas movimentações da atual janela de transferências.

A soma da premiação de R$ 150 milhões pela participação na Copa do Mundo de Clubes da FIFA e dos R$ 160 milhões pagos pelo Zenit na multa rescisória de Gerson elevou a receita do clube em 2025, tornando o segundo semestre mais favorável para investimentos pontuais.

Apesar disso, o departamento de futebol rubro-negro trabalha respeitando o teto orçamentário estabelecido em 25 milhões de euros (R$ 161 milhões) para contratações ao longo da temporada.

Do valor total, já foram deduzidos os custos com Juninho, contratado junto ao Qarabag por 5 milhões de euros, além das luvas de Danilo e Jorginho, que chegaram sem custo de transferência após o fim de seus contratos na Europa.


Direção mira reforços pontuais para o segundo semestre

A diretoria técnica já traçou o perfil das contratações desejadas. Um meio-campista para dividir responsabilidades com Arrascaeta, pontas com características de velocidade e um atacante com capacidade de romper linhas defensivas estão entre as prioridades.

O diretor José Boto, ao comentar os planos para a janela de transferências do meio do ano, declarou: “Talvez um meia, um ponta e um atacante. Ou dois pontas. Vamos ver”.

Entre os nomes sondados, destaca-se Jorge Carrascal. O meia do Dínamo de Moscou é alvo de uma proposta avaliada em 12 milhões de euros, cerca de R$ 77 milhões. A operação ilustra o novo poder de barganha da equipe, que agora consegue observar atletas de maior valor de mercado do que na primeira parte do ano.


Atuação no Mundial valida planejamento tático

Mesmo com a eliminação nas oitavas de final após o revés por 4 a 2 para o Bayern de Munique, a comissão técnica considerou o desempenho satisfatório diante do contexto competitivo. José Boto elogiou a atuação do time diante de adversários de alto nível:

“Apesar do resultado ontem não ter sido o melhor, fizemos também coisas boas. Só quatro equipes conseguiram chutar mais no gol do Bayern na temporada, e nós fomos uma delas. Só 13 equipes tiveram mais posse de bola que o Bayern, e nós fomos uma delas”.

O dirigente destacou ainda o retorno técnico da experiência, citando a postura do elenco e a recepção internacional: “Tentamos fazer o mesmo com o Bayern, mas eles foram mais fortes que nós. O que me dizem da Europa é que ficaram muito bem impressionados com o nosso Flamengo”, completou.


Elenco sofre baixas e clube busca alternativas

Com a saída de Gerson para o futebol russo e a lesão de Pulgar, a montagem do setor de meio-campo se tornou mais delicada. A ausência de Arrascaeta, suspenso, para o confronto de ida contra o Internacional pelas oitavas de final da Libertadores, também amplia os desafios para o técnico Filipe Luís.

A primeira partida será no Maracanã, no dia 13 de agosto, e o jogo da volta está marcado para o dia 20 do mesmo mês, no Beira-Rio.

Esses desfalques reforçam a urgência por reforços que possam dar resposta imediata em competições simultâneas como o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e o torneio continental.


Primeira metade do ano foi marcada por austeridade

Durante o início da temporada, o Flamengo operou sob fortes restrições orçamentárias. A previsão deixada pela gestão anterior estimava apenas R$ 3 milhões disponíveis em caixa para o começo de 2025. Nesse cenário, a única aquisição com custo foi a do atacante Juninho. Danilo e Jorginho foram contratados em fim de vínculo com seus clubes, Juventus e Arsenal, respectivamente.

O presidente Rodolfo Landim havia projetado receitas robustas, porém o fluxo de caixa apertado obrigou a nova diretoria, liderada por Bap, a priorizar vendas e postergar investimentos mais ousados para a segunda metade do calendário. A meta orçamentária do clube para 2025 é atingir R$ 1,5 bilhão em arrecadação.