Rogério Ceni, atual técnico do Bahia, conversou com o Globo Esporte sobre sua trajetória contra o Flamengo e os desafios enfrentados pelos clubes brasileiros na Copa do Mundo de Clubes. Em entrevista, o treinador explicou as dificuldades encontradas ao enfrentar o time carioca e avaliou o desempenho dos representantes nacionais no torneio disputado nos Estados Unidos.
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O comandante tricolor reconhece que ainda não conseguiu vencer o Flamengo desde que se tornou treinador. Após conquistar o título brasileiro de 2020 como técnico do clube carioca, Ceni passou por São Paulo, Fortaleza, Cruzeiro e atualmente comanda o Bahia, porém sem êxito nos confrontos diretos contra seus ex-companheiros.
“Infelizmente eu me tornei treinador no momento que o Flamengo fez o seu melhor time desde a década de 1980 quando tinha Zico, Adílio, Andrade, Tita, Nunes”, declarou o técnico. Posteriormente, ele acrescentou dados estatísticos para contextualizar a dificuldade: “O Flamengo perde muitos poucos jogos, se você for analisar. Filipe Luís fez 50 jogos tinha três ou quatro derrotas, somente. Ou seja, o percentual, dos últimos 50 jogos, talvez 8% das equipes conseguiram uma vitória sobre o Flamengo. Então é difícil para todo mundo”.
Ceni relembrou ocasiões em que esteve próximo da vitória, especialmente um confronto na Fonte Nova em 2024, quando o Bahia foi derrotado por 1 a 0 com gol de Bruno Henrique pela Copa do Brasil. “Eu acho que nós precisamos crescer como time, e já tivemos oportunidade de vencer, tivemos muito próximos de vencer, fizemos jogos com o Flamengo ao longo do ano passado sendo superiores”, observou.
O aspecto psicológico aparece como fundamental na análise do treinador. “O jogo é muito mental, você tem que tentar ter força mental para que a bola, quando tiver oportunidade, você faça. Contra o Flamengo, infelizmente, não aconteceu”, explicou Ceni. Contudo, o técnico mantém esperanças para a temporada atual: “É chato, incomoda, claro que incomoda. E esperamos que, apesar de o Flamengo ter um ótimo time para este ano de novo, investiu bastante em contratações, que a gente possa ter a oportunidade de vencer este ano”.
Sobre a participação brasileira na Copa do Mundo de Clubes, Ceni apontou o azar na distribuição das chaves como fator decisivo para a eliminação do Flamengo. “Flamengo deu azar, por exemplo, porque caiu em um lado da chave onde tinha Paris Saint-Germain e Bayern. Qualquer brasileiro seria difícil”, analisou. O time carioca foi eliminado pelo Bayern de Munique por 4 a 2 nas oitavas de final.
O técnico elogiou especificamente John Arias, do Fluminense, único representante brasileiro ainda vivo na competição. “O Fluminense tem, para mim, no Arias, a principal peça do time, um jogador diferente. Eu acho fantástica a campanha do Fluminense, muito mérito”, afirmou. Além disso, Ceni avaliou a evolução do futebol nacional: “Eu acho que a distância diminuiu muito entre os clubes brasileiros para alguns clubes europeus. Eu ainda acho que para um Paris, para um Bayern, a diferença pode continuar ainda grande”.