A saída de Gustavo Cuéllar do Flamengo em 2019 continua a render desdobramentos mesmo seis anos depois. O volante colombiano, que defendeu o clube em boa parte da campanha da Libertadores daquele ano, voltou a falar sobre a ausência de sua medalha de campeão. Embora tenha disputado dez das treze partidas do torneio, o jogador nunca recebeu a honraria, fato que ele atribui a um atrito com Marcos Braz, então vice-presidente de futebol do Rubro-Negro.
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Em entrevista ao jornalista Duda Garbi, Cuéllar detalhou que sua transferência para o Al-Hilal, durante a competição, teria influenciado a postura do dirigente. O volante deixou claro que a decisão não foi técnica ou administrativa, mas sim motivada por ressentimento.
“Eu já tinha jogado 10 dos 13 jogos da Libertadores. Pela estatística, eu sou campeão da Libertadores. Marcos Braz não me mandou (a medalha), porque ele estava com birra de mim (…) Não me mandaram. Lembro que mandaram para outros jogadores que jogaram menos jogos do que eu”, declarou o colombiano ao recordar o episódio.
O momento da saída foi turbulento, afinal Cuéllar era peça importante no meio-campo da equipe. O desejo de atuar no futebol árabe causou instabilidade interna e desgaste com a diretoria. O próprio jogador reconhece que o mal-estar pesou para que não houvesse reconhecimento oficial.
Entretanto, o volante fez questão de ressaltar sua admiração por Marcos Braz, minimizando qualquer clima de rivalidade. Ele explicou que as circunstâncias da negociação acabaram enfraquecendo a relação entre os dois, mas que isso não o impede de valorizar o dirigente.
“Ele é um cara que sabe muito de futebol. Nesse tempo de negociação, de falar que eu vou, depois que eu não vou, a gente se distanciou. Ele gostava muito de mim. Acho que foi um erro de comunicação. Não sei o que aconteceu. Ele tava defendendo os interesses do clube e eu estava com um desejo de sair. Mas eu não fico com rancor no coração. Fico agradecido por todas as histórias que eu vivi e não me arrependo de nenhuma decisão profissional que eu tomei”, destacou Cuéllar.
Após o Flamengo, o colombiano construiu carreira sólida no Oriente Médio. Foram quatro temporadas no Al-Hilal, onde conquistou títulos locais e experiência internacional, e posteriormente defendeu o Al-Shabab. Essa trajetória o consolidou como um jogador respeitado em solo árabe antes de retornar ao Brasil.
Atualmente, Cuéllar veste a camisa do Grêmio. Em 2025, já acumula 14 jogos pela equipe gaúcha, mostrando que, apesar das controvérsias do passado, mantém alto nível de competitividade. A ausência da medalha permanece como um ponto curioso de sua história, mas não diminui a importância de sua participação na campanha vitoriosa do Flamengo.
O caso evidencia como divergências nos bastidores podem marcar a relação entre atletas e dirigentes. Ainda assim, a passagem de Cuéllar pelo Rubro-Negro segue lembrada, sobretudo pela contribuição decisiva para o título da Libertadores de 2019.