A Confederação Brasileira de Futebol anunciou no sábado (24 de agosto) uma mudança significativa no calendário da temporada. O Brasileirão, que antes terminaria em 21 de dezembro, foi antecipado para encerrar-se no dia 7. Já a final da Copa do Brasil, inicialmente prevista para novembro, ficou marcada para 21 de dezembro. A decisão buscou evitar o choque de datas com a Copa Intercontinental, que se encerra em 17 de dezembro .
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No entanto, a alteração desagradou profundamente ao Flamengo. Eliminado da Copa do Brasil, o clube havia se planejado para utilizar as semanas livres durante a reta final do ano. A preparação do elenco estava voltada tanto para o Brasileirão quanto para a Libertadores, com treinos e recuperação física programados justamente para os períodos agora ocupados pela competição nacional .
A diretoria rubro-negra entende que a antecipação favorece o Cruzeiro, rival direto na luta pelo título brasileiro. O time mineiro, ao contrário de Flamengo e Palmeiras, não está mais envolvido em competições continentais e teria vantagem no descanso e preparação. Além disso, dirigentes reclamam da dificuldade em obter da CBF concessões mais simples, como a alteração de horários de partidas, enquanto a entidade promoveu uma mudança considerada radical no calendário .
Nos bastidores, o clube também critica a forma unilateral da decisão. Segundo relatos, o Flamengo chegou a ser consultado sobre a possibilidade de ajustes, mas deixou claro que não concordava. A publicação da medida, sem a concordância da equipe, gerou irritação e a possibilidade de divulgação de uma nota oficial para formalizar a insatisfação.
Antes mesmo da oficialização da resposta rubro-negra, o presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, encontrou-se com o presidente da CBF, Samir Xaud, durante a final do Intercontinental Sub-20, no Maracanã. Na ocasião, Baptista expressou pessoalmente sua contrariedade em relação à alteração promovida pela entidade .
Do lado da CBF, a justificativa é de que a mudança priorizou o “cenário coletivo”. A entidade alega que o ajuste garante a integridade e o equilíbrio técnico do Brasileirão, além de ampliar o período de descanso da maioria dos clubes. “Diante deste difícil contexto apresentado, o Palmeiras compreende e respeita as alterações divulgadas no sábado pela CBF”, disse em nota o clube paulista, principal concorrente do Flamengo na tabela.
A situação expôs ainda uma divergência sobre a montagem do calendário anual. Para o Flamengo, a confederação não levou em conta o domínio recente dos clubes brasileiros na Libertadores, que aumentava a chance de sobreposição de datas. A crítica central é que “não é justo mudar as regras no meio do percurso sem que todos aprovem”, conforme divulgado nos bastidores rubro-negros .
Atualmente, o Flamengo lidera o Brasileirão com 43 pontos, dois a mais que o vice-líder Cruzeiro, e ainda com duas partidas a menos. O Palmeiras aparece em terceiro, com 39 pontos. Nesse contexto, a disputa pelo título ganhou contornos ainda mais tensos diante da polêmica sobre a condução do calendário pela CBF .
