Em meio ao debate sobre a casa própria e à atual gestão do Maracanã, o Flamengo segue com o projeto de um estádio no terreno do Gasômetro, na Zona Portuária do Rio. Desde abril, o clube conduz estudos técnicos e de viabilidade no local, enquanto avalia alternativas financeiras para erguer a arena e estruturas associadas, sob forte interesse da torcida rubro-negra.
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Na sexta-feira (29 de agosto), Flamengo e Prefeitura do Rio assinaram um termo de compromisso que garante a permanência do clube no Gasômetro e prorroga prazos do empreendimento. O novo documento derruba a exigência de conclusão das obras até novembro de 2029; a nova data ainda não foi definida. Em nota, o clube tratou do alinhamento com o poder público.
“Flamengo e Município seguem alinhados e comprometidos em viabilizar a proposta, em benefício da cidade, dos sócios do clube e de seus milhares de torcedores.”
A reunião ocorreu no Palácio da Cidade e teve a presença do prefeito Eduardo Paes, do vice Eduardo Cavaliere, dos deputados Pedro Paulo e Guilherme Schleder, e do presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista (Bap). Além disso, os estudos seguem com coordenação da Arena Events + Venues e execução de Aecom (contaminação do solo), Soloteste (dados geotécnicos) e JDS (análises topográficas). Não há novos prazos confirmados, nem valores para descontaminação.
Paralelamente, um grupo internacional de investimentos apresentou ao clube uma proposta de R$ 4 bilhões para erguer a “Cidade do Flamengo”, segundo o Blog do Nicola. O plano contempla um estádio para cerca de 100 mil torcedores, um shopping, um hotel e um prédio de estacionamento. Ao menos quatro reuniões ocorreram com um representante de Bap, de acordo com a publicação.
De acordo com a mesma apuração, os parceiros arcariam com 100% dos custos. Já o Flamengo ficaria com 100% das receitas do estádio em dias de jogos de futebol. Entretanto, em outros eventos, como shows e partidas de basquete ou futebol americano, a maior parte do lucro ficaria com os investidores por 15 anos. Um dos braços do grupo é o Grupo Urbas, de origem espanhola.
O projeto apresentado por investidores, contudo, não seria possível no Gasômetro, que tem cerca de 89 mil metros quadrados. Afinal, a proposta exige uma área mínima de 350 mil metros quadrados em outro ponto do Rio. Os proponentes, inclusive, aceitariam depositar ao Flamengo R$ 150 milhões usados na compra do Gasômetro, segundo o blog. A arena teria teto retrátil que abre ou fecha em sete segundos e gramado removível para megaeventos. As melhores suítes do hotel se transformariam em camarotes.
Já internamente, Bap reluta em deixar o Maracanã e, por isso, retarda o início das obras no Gasômetro ao discordar do investimento estimado, de aproximadamente R$ 3 bilhões, diz a mesma reportagem. Aliás, a arena no terreno foi idealizada pela gestão anterior, de Rodolfo Landim, atual desafeto do presidente rubro-negro.
Em síntese, o Flamengo ganhou fôlego institucional para manter o projeto no Gasômetro, com prazos estendidos e estudos em curso, e também recebeu uma oferta externa de R$ 4 bilhões para um complexo maior. A definição sobre local, cronogramas e valores de execução além dos citados não tem informação confirmada nas fontes disponíveis.