Os bastidores e o campo movimentaram o Flamengo no fim de semana: o clube encerrou a janela com investimento recorde e elenco ajustado, empatou com o Grêmio no Maracanã após dominar boa parte do jogo, enquanto Filipe Luís explicou as substituições e projeta ajustes na Data Fifa, o Maracanã bateu recorde de público e renda do Brasileirão 2025, com o time mantendo a liderança.
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Mercado e planejamento do Flamengo
O Flamengo fechou uma janela de contratações recorde, com R$ 277 milhões investidos para suprir lacunas e ampliar alternativas ao técnico Filipe Luís. Chegaram Saúl Ñíguez, sem custos após rescisão; Emerson Royal, comprado por 9 milhões de euros para substituir Wesley; Samuel Lino, por 22 milhões de euros — a contratação mais cara da história rubro-negra; e Jorge Carrascal, meia de 12 milhões de euros para disputar espaço com Arrascaeta. A direção trabalhou em sintonia com a comissão técnica e manteve o radar ligado apenas para eventuais “oportunidades de ocasião” até o fechamento.
Em campo, as primeiras respostas animaram: Saúl e Samuel Lino assumiram protagonismo e somaram boas atuações como titulares, enquanto Emerson Royal e Carrascal ainda iniciam sua adaptação em um elenco de alta concorrência.
Do outro lado, o clube acelerou saídas de peças com menos espaço: Lorran seguiu para o Pisa, Matheus Gonçalves acertou com o Al-Ahli e Victor Hugo foi para o Santos. No caixa, as vendas de Fabrício Bruno (Cruzeiro), Charly Alcaraz (Everton), Gerson (Zenit), Wesley (Roma) e do próprio Matheus Gonçalves somaram R$ 513,3 milhões em valores fixos, com possibilidade de mais cerca de R$ 50 milhões em metas.
A fotografia atual agrada a comissão técnica e a direção fala em estabilidade: a tendência é não contratar mais, a menos que surja um negócio irresistível. Alguns casos seguem em avaliação nesta reta final de janela — Michael pode se movimentar, Juninho ainda busca sequência, e Cleiton, com vínculo até dezembro, tende a permanecer pela escassez de zagueiros (Léo Pereira e Léo Ortiz são os titulares, com Danilo e João Victor como opções).
No gol, Matheus Cunha assinou pré-contrato com o Cruzeiro, mas fica até o fim do ano; para 2026, o planejamento mira um goleiro, um centroavante com características distintas das de Pedro e um zagueiro canhoto.
Neste contexto Boto falou sobre a possibilidade de novas contratações:
“A janela está aberta ainda, até o dia 2 (de setembro), não temos nenhuma previsão de trazer mais ninguém, mas nunca se sabe porque o mercado é volátil, pode aparecer alguma oportunidade, um bom negócio. Mas, em princípio, está fechada. Até acho que não temos… em Portugal nós dizemos que água a mais mata a planta, e acho que temos água suficiente”
Pós-jogo contra o Grêmio: escolhas e ajustes
O Flamengo dominou o Grêmio, criou as melhores chances e abriu o placar, mas cedeu o empate nos minutos finais: 1 a 1 no Maracanã. Após o apito, Filipe Luís sustentou que a equipe foi superior e lamentou o jogo picotado pela arbitragem. Nesse contexto, o técnico falou sobre as substituições e citou De la Cruz:
“Estávamos em um momento do jogo que eu sentia que o time estava indo para trás, o adversário nos pressionando mais. Tanto com bola como sem. Precisávamos de velocidade e pressão, por isso coloquei o Bruno. Já o De la Cruz pediu para ser substituído. É um jogador que se recuperou, conseguiu ter uma sequência de treinos e está bem de novo. Nos dá muita dinâmica no meio-campo, tanto em ataque como em defesa. Um dos pilares dessa equipe. Muito feliz de tê-lo de volta. No momento que ele saiu, realmente estávamos em um momento que nosso time já estava sofrendo. Estava com dificuldades de sair. Não pela saída do De la Cruz, mas pelo momento que a equipe estava, talvez, tentando mais defender o resultado do que continuar com as dinâmicas. Acabamos sofrendo mais.
Com a pausa para as seleções, a comissão técnica pretende dissecar o desempenho para corrigir detalhes e potencializar o que funcionou. O time volta a campo pelo Brasileirão no dia 14 de setembro, contra o Juventude, no Alfredo Jaconi, às 16h (de Brasília).
Flamengo 1 a 1 Grêmio: jogo, números e repercussões
Mesmo com o tropeço diante do Grêmio, o Flamengo manteve a ponta com 47 pontos, três à frente do Cruzeiro e com um jogo a menos. O duelo registrou o maior público do futebol brasileiro em 2025: 64.495 pagantes e 69.447 presentes, além da maior renda do Brasileirão até aqui (R$ 4.995.950). Em termos de desempenho, o time teve mais posse e trocou muitos passes, mas esbarrou no bloco pelo meio; quando acelerou pelos lados, criou chances com Pedro — salvas por Volpi e Noriega —, além de cabeçada de Léo Pereira e faltas perigosas de De la Cruz, antes de reduzir a intensidade e não matar o jogo. Neste contexto, Mauro Cezar Pereira analisou a partida:
“O Flamengo foi castigado pela acomodação, sentou no 1 a 0, não teve a mesma volúpia de outros jogos, buscando um segundo gol, que te dá a tranquilidade da vitória. E acho que mexeu mal também o Filipe, não foi bem ontem.”
“Faz 1×0, tem o jogo absolutamente sob controle e dá uma acomodada. Não cogita da hipótese de um acidente, de um pênalti à brasileira. Não vá me dizer que o Ayrton Lucas evitou um gol do Grêmio. Mas aí o Flamengo foi castigado.”