Ex-jogador do Flamengo fala sobre dificuldades vividas no Ninho do Urubu

CT Ninho do Urubu (Foto: Divulgação Flamengo)

Héctor Canteros resgatou lembranças de sua passagem pelos árduos tempos de Flamengo — entre 2014 e 2016 —, período marcado por estruturas precárias no Ninho do Urubu e forte pressão da torcida. Em entrevista, o argentino recordou até mesmo palestras do BOPE como parte da rotina do elenco, num contraste com os tempos atuais.

“Tinham protestos, torcida falando com a gente no aeroporto, palestra de coaches e até do BOPE para nos incentivar. A gente compreendia a importância da torcida, era normal para a gente. A gente não tinha voo fretado, era no meio de todos”, relembrou.

Na sequência, ponderou dificuldades e avaliou a experiência como positiva: “Quando a gente empatava ou perdia, eles nos xingavam o aeroporto. Passamos anos difíceis, mas valeu a pena. Foi boa a experiência e fico feliz por ter defendido o Manto Sagrado. Não caiu para a Série B, foi uma satisfação muito grande”.

Estrutura do CT e impacto nos jogadores

O Ninho do Urubu foi adquirido pelo Flamengo em 1984, mas só passou por modernização a partir de 2014. Até então, a infraestrutura era considerada insuficiente: havia apenas seis chuveiros para cerca de 40 atletas, e alguns jogadores precisavam dormir na academia para aproveitar o ar mais fresco.

A chegada de Paolo Guerrero em 2015 evidenciou essa realidade. Segundo Canteros, o atacante peruano chegou a cogitar deixar o clube logo ao conhecer o CT, mas foi convencido a permanecer.

Do passado difícil ao presente estruturado

Naquele período, o Flamengo brigava contra o rebaixamento e enfrentava atrasos em projetos de obras. Somente em 2018 o segundo módulo do CT foi concluído, oferecendo alojamentos, academia e auditórios, além de 42 suítes para jogadores e comissão técnica.

Hoje, o espaço é referência na América Latina e simboliza a transformação vivida pelo clube dentro e fora de campo.