Em meio ao impasse entre Libra e Flamengo sobre os repasses financeiros, o CEO da LFU, Gabriel Lima, criticou o bloqueio de cerca de R$ 77 milhões. A disputa nos bastidores ocorre no mesmo momento em que os rubro-negros se preparam para enfrentar o Cruzeiro no Maracanã.
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A partida acontece nesta quinta-feira (02 de outubro), às 20h30 (horário de Brasília), em um cenário marcado tanto pela rivalidade esportiva quanto pelas tensões administrativas fora de campo.
Na semana passada, o Flamengo obteve liminar para que a Globo depositasse em juízo cerca de R$ 77,1 milhões do segundo repasse. O primeiro, em julho, foi de R$ 76,6 milhões; restam duas parcelas neste ano. O contrato com a Libra vale até 2029. A divisão prevista é 40% igualitária, 30% por desempenho e 30% por audiência. O acordo com a Globo soma cerca de R$ 1,17 bilhão por temporada.
Lima afirmou que receitas dos clubes não deveriam ser bloqueadas por via judicial e defendeu entendimento entre as partes. Ele citou a Lei do Mandante, segundo a qual cada clube comercializa 19 jogos, 5% do Brasileirão. O dirigente contestou premissas sobre o alcance de audiência do Flamengo.
“O Flamengo tem 19 jogos, 5% da competição. Não existe nenhuma hipótese que, com esses 19 jogos, o Flamengo — ou qualquer outro clube — tenha mais do que 12%, 13% da audiência total”.
Ele também criticou a resistência do Flamengo a uma divisão mais igualitária dos blocos comerciais. Para Lima, maior equidade fortaleceria a liga e ampliaria a receita para todos os clubes, inclusive o rubro-negro.
“O bolo aumenta. Você pode ter uma fatia menor, mas essa fatia menor representa mais dinheiro se a liga for fortalecida”.
No estatuto, a Libra descreve a distribuição de forma detalhada, com fórmula de cálculo da porcentagem de audiência de cada clube, ponderada por plataforma. O acordo não fixa valor pago por plataforma.
Em agosto, o Flamengo propôs dividir a parcela de audiência pelos cadastros do pay-per-view e tentou reunião, apoiado apenas pelo Volta Redonda. Depois, recorreu à Justiça com base no estatuto que exige unanimidade para decisões sobre distribuição de dinheiro.