Em um dia marcado por campo e bastidores, o Flamengo lidera o Brasileirão e se prepara para encarar o Cruzeiro no Maracanã, enquanto o goleiro Agustín Rossi avança no processo de naturalização brasileira e discute renovação. Fora das quatro linhas, a disputa judicial com a Libra sobre a divisão das receitas de TV ganhou novos capítulos, com notas de repúdio de rivais e resposta rubro-negra. Na outra frente, o CEO da LFU, Gabriel Lima, criticou o bloqueio de R$ 77 milhões e defendeu um modelo mais equilibrado para a fatia de audiência.
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Rossi busca cidadania brasileira e vive fase decisiva no Flamengo
Agustín Rossi avança no processo para obter a cidadania brasileira ao mesmo tempo em que o Flamengo, líder do Brasileirão, se prepara para enfrentar o Cruzeiro no Maracanã pela 26ª rodada. O goleiro, protagonista em momentos-chave recentes, tornou-se peça central do time em um período de decisões importantes dentro e fora de campo.
A naturalização ocorre sob as regras da Lei de Migração (13.445/2017), que prevê capacidade civil, residência mínima de quatro anos, comunicação em português e ausência de condenação penal ou reabilitação. No Brasil desde 2023 e com contrato até o fim de 2027, Rossi conta com apoio do clube no trâmite e planeja estender sua permanência na capital carioca.
Nos bastidores, já houve conversa para renovar o vínculo: a ideia é um aumento salarial e extensão até 2028, embora nada tenha sido oficialmente confirmado. Em campo, Rossi vive fase destacada: defendeu três pênaltis nos últimos dois jogos, foi decisivo na classificação à semifinal da Libertadores contra o Estudiantes e protagonizou a virada sobre o Corinthians.
O próximo compromisso está marcado para quinta-feira (02 de outubro), às 20h30 (de Brasília), no Maracanã, com transmissão do Premiere. O Flamengo soma 54 pontos, quatro a mais que o Cruzeiro. Será a primeira vez que Gabigol enfrenta o Flamengo no Maracanã desde a sua saída; no primeiro turno, ele marcou no fim e garantiu vitória celeste por 2 a 1 no Mineirão. A arbitragem será de Ramon Abatti Abel, com Caio Max Augusto Vieira no VAR, e as escalações ainda não foram divulgadas.
Disputa judicial entre Flamengo e Libra acirra debate sobre audiência e TV
A disputa judicial entre Flamengo e Libra escalou com o pedido rubro-negro de bloqueio de R$ 77 milhões, questionando os critérios de divisão da parcela de 30% atrelada à audiência. Com os direitos do Brasileirão vendidos à Globo até 2029, clubes como Palmeiras, São Paulo, Santos e Atlético-MG divulgaram notas de repúdio, enquanto o Flamengo publicou posicionamento defendendo que a distribuição siga o estatuto da liga.
“O Flamengo entrou na Libra porque quis e porque acredita numa liga. O clube quer um acordo, não impõe nada a ninguém e nem pode aceitar imposição. A questão gira em torno dos critérios para a divisão da verba de 30% das receitas de transmissão de TV.”
“A Libra botou em votação 6 cenários para a divisão. O Estatuto determina que a solução tem que ser por unanimidade. Flamengo e outros clubes votaram em cenários diferentes. Não houve consenso, o Flamengo entrou na Justiça porque a verba estava sendo paga segundo a divisão não aprovada por todos os clubes.”
LFU critica bloqueio e reacende discussão sobre o peso da audiência
Em paralelo ao impasse entre Libra e Flamengo, o CEO da LFU, Gabriel Lima, criticou o bloqueio judicial de cerca de R$ 77,1 milhões do segundo repasse anual — o primeiro, em julho, foi de R$ 76,6 milhões, e ainda restam duas parcelas em 2025. O contrato com a Globo, de aproximadamente R$ 1,17 bilhão por temporada, prevê divisão de 40% de forma igualitária, 30% por desempenho e 30% por audiência, com fórmula que pondera plataformas no estatuto da Libra.
Lima defendeu que as receitas dos clubes não sejam bloqueadas judicialmente e sugeriu um entendimento que privilegie maior equilíbrio entre os blocos comerciais. Ele contestou premissas sobre o alcance de audiência do Flamengo — que, pela Lei do Mandante, comercializa 19 jogos (cerca de 5% do campeonato) — e argumentou que a liga ficaria mais forte com repartição mais equalizada. Em agosto, o Flamengo propôs dividir a fatia de audiência pelos cadastros do pay-per-view, ideia apoiada apenas pelo Volta Redonda, e recorreu à Justiça amparado na exigência estatutária de unanimidade para decisões sobre distribuição de dinheiro.
“O Flamengo tem 19 jogos, 5% da competição. Não existe nenhuma hipótese que, com esses 19 jogos, o Flamengo — ou qualquer outro clube — tenha mais do que 12%, 13% da audiência total”.
“O bolo aumenta. Você pode ter uma fatia menor, mas essa fatia menor representa mais dinheiro se a liga for fortalecida”.