Pedro fala sobre adaptação ao Flamengo, parceria com Gabigol e diferença de Jorge Jesus em relação aos outros treinadores

(Foto: Guito Moreto/Agência O Globo)

Quando chegou ao Flamengo, o técnico Jorge Jesus identificou no elenco a falta de um autêntico camisa 9, e essa carência só foi suprida com louvor com a contratação de Pedro. Em seus primeiros nove jogos no clube, ele marcou três gols e teve boas atuações. Mas falta mais.

O próprio Pedro acredita que o melhor ainda está por vir. Ele passa por um processo de adaptação ao estilo do técnico português, que, por, exemplo, pediu ao atacante que jogue menos de costa para o gol em busca das jogadas de pivô.

— Tive boas atuações, mas, sinceramente, acredito que posso render muito mais. Tenho procurado me dedicar e buscado entender essa nova maneira de jogar o mais rápido possível. Certeza que nesse processo sairei um jogador melhor – afirmou Pedro.

Nesta quarta-feira, contra o Boavista, no Maracanã, a tendência é de que ele seja utilizado por Jorge Jesus no decorrer do jogo para que ganhe ritmo de competição. Ele não entrou na vitória por 3 a 0 contra o Bangu, na última rodada.

Confira o bate-papo com Pedro:

Você começou o ano com gols e assistências. Conseguiu se adaptar muito rápido ao estilo de jogo do Flamengo. Esperava essa adaptação tão rápida? O que foi mais determinante?

Sem dúvida chegar em um time pronto e entrosado facilita o trabalho daqueles que iniciaram em Janeiro. Tenho consciência que tive boas atuações mas, sinceramente, acredito que posso render muito mais. Tenho me dedicado muito nos treinamentos para evoluir em alguns aspectos e encaixar da melhor forma na maneira de jogar do mister. Ele tem procurado me dar conselhos também. Tenho certeza que vou evoluir, crescer e ter grandes conquistas junto com grandes atuações no decorrer da temporada.

No ano passado, Jorge Jesus sempre falava da necessidade de um camisa 9, e você chegou para suprir essa lacuna. Mas, numa entrevista, ele disse que ainda tinha coisas para consertar e que você jogava muito de costas para o gol. Como tem sido esse processo com ele? O que ele tem contribuído para sua evolução como jogador?

Tem sido fantástico. Realmente tenho muito costume de fazer o pivô. Dominar a bola de costas e preparar para os meias que chegam de trás. Manter essa minha característica e poder aprender novas maneiras de jogar é espetacular. O mister nos passa muita confiança e é didático no dia a dia. Tenho procurado me dedicar e buscado entender essa nova maneira de jogar o mais rápido possível. Certeza que nesse processo sairei um jogador melhor.

Quais as diferenças que você notou trabalhando com o Jorge Jesus em relação aos outros treinadores? Os conceitos que ele emprega são realmente diferenciados? O que mais te chamou atenção?

— É um treinador fascinado pelos pequenos detalhes e intensidade. Não deixa passar nada. É 200% todo dia e sempre. Seja nos jogos ou nos treinos. Um cara que sabe muito de futebol e o mais legal, sabe passar bem aquilo que quer. É um orgulho e prazer poder ser treinado por ele.

Como tem sido o entrosamento com o Gabigol? É possível que vocês dois joguem juntos? Como se adaptar a ele e ele a você?

— Entrosamento com quem tem qualidade é sempre mais fácil. Fizemos bons jogos quando tivemos a possibilidade de jogar juntos. Facilita muito pois é um cara que busca sempre o gol e em campo estamos sempre próximos. Não vejo dificuldades em atuarmos juntos não. Pelo contrário. Acho que um pode complementar o outro. São decisões que o mister irá tomar e ele sabe bem o que faz.

A paralisação do futebol por causa da pandemia de coronavírus não só forçou a interrupção em um momento em que você vivia boa fase, mas também colocou em dúvida como será o fim de seu contrato. Como ficou sua cabeça com tudo isso? Você fez um grande esforço para vir para o Flamengo e aparece esse risco de ter essa passagem mais curta por forças maiores.

— A parada foi prejudicial para o mundo. Para mim não foi diferente. É manter a cabeça no lugar e aproveitar os jogos que teremos até o último dia do meu contrato. Na hora certa tudo isso será conversado e ajustado.

Ainda sobre seu empréstimo, o vice de futebol Marcos Braz já disse que a situação está resolvida. Entretanto, o calendário de jogos ainda não está definido. Não sabemos quando se jogará o Brasileiro e a Libertadores. Como você vem lidando com essa incerteza?

— Ficar afastado de fazer aquilo que você mais ama é sempre ruim. Não saber quando poderemos jogar os principais torneios. Precisamos ter tranquilidade e ir vivendo um passo de cada vez. Estamos vivendo uma fase complicada no mundo e temos que entender isso também.

Retirado de: Globo Esporte