Do terrão ao poderoso Flamengo: João Lucas segue passos de Bruno Henrique e tem ano-chave no time de Jorge Jesus

No milionário grupo do Flamengo, o mineiro Bruno Henrique se tornou um dos protagonistas no ano passado depois de viver história de superação pelos campos de várzea em Belo Horizonte.

A saga do camisa 27 agora inspira outro jogador nascido na capital mineira, que também foi reprovado várias vezes em testes e passou por clubes menores antes de chegar ao rubro-negro carioca. Aos 21 anos, o jovem lateral-direito João Lucas batalha para dar um passo firme na carreira e ser mais aproveitado no badalado time dirigido pelo português Jorge Jesus.

O jogador mineiro foi contratado pelo rubro-negro no ano passado, após se destacar pelo Bangu no Campeonato Carioca. Mesmo com poucas chances no grupo – Rafinha e Rodinei eram os que atuavam mais –, o jovem optou por continuar no grupo. Agora, com a transferência de Rodinei para o Internacional, ele se torna o reserva imediato do titular, Rafinha.,

O primeiro momento de destaque foi inesquecível para o jogador: no sábado passado, João Lucas marcou um dos gols da vitória sobre o Volta Redonda por 3 a 2 pelo Carioca, diante de um Maracanã lotado e com Jorge Jesus nas cabines. Com o time em desvantagem, empatou a partida. Segundo ele, a emoção de balançar as redes num dos palcos mais importantes do planeta foi algo imensurável: “A sensação nem tem como descrever direito. É algo que ficará guardado comigo, vou contar para os meus filhos e netos. Na hora, pensei apenas em correr, extravasar. Tudo isso é fruto de muito trabalho. É um momento muito feliz para mim”.

No ano passado, ele apenas figurou no grupo que conquistou o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores, mas acredita que em 2020 terá mais chances de atuar. Como Jorge Jesus vem poupando os titulares no Estadual, as oportunidades têm surgido. De quatro partidas ele participou de duas, incluindo o clássico com o Fluminense, na quarta-feira.

O primeiro momento de destaque foi inesquecível para o jogador: no sábado passado, João Lucas marcou um dos gols da vitória sobre o Volta Redonda por 3 a 2 pelo Carioca, diante de um Maracanã lotado e com Jorge Jesus nas cabines. Com o time em desvantagem, empatou a partida. Segundo ele, a emoção de balançar as redes num dos palcos mais importantes do planeta foi algo imensurável: “A sensação nem tem como descrever direito. É algo que ficará guardado comigo, vou contar para os meus filhos e netos. Na hora, pensei apenas em correr, extravasar. Tudo isso é fruto de muito trabalho. É um momento muito feliz para mim”.

No ano passado, ele apenas figurou no grupo que conquistou o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores, mas acredita que em 2020 terá mais chances de atuar. Como Jorge Jesus vem poupando os titulares no Estadual, as oportunidades têm surgido. De quatro partidas ele participou de duas, incluindo o clássico com o Fluminense, na quarta-feira.

Um dos ídolos do jogador é justamente Bruno Henrique, de 29 anos, vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2019 (21 gols), que começou sua trajetória no Inconfidência, do Bairro Concórdia, onde nasceu. “Ele é uma referência para todos, principalmente para quem é de Belo Horizonte, por ter conseguido vencer. Passamos as mesmas dificuldades, praticamente. Ele é uma inspiração”. João Lucas atuou nos campos de terra do Bairro São Gabriel, pelo Saga, time popular local. Destaque da equipe, ele foi reprovado pelo menos em 10 testes no Atlético até que fosse finalmente aprovado, aos 13 anos. Apesar de alimentar então o sonho de jogar pelo Galo, o jogador foi dispensado aos 15. Claro, tremendamente decepcionado.

O destino começou a mudar depois que ele teve a chance de atuar na base do Villa Nova, de Nova Lima, na Região Metropolitana. “Fiquei dois anos por lá e joguei uma Copa São Paulo. Acabei indo para o Goiás, ficando dois anos. E então tive a chance de jogar profissionalmente pelo Bangu, onde me destaquei”.

Trabalho pesado

Ainda que acreditasse no sucesso no futebol, João Lucas passou por várias áreas para ajudar sua família. Ainda garoto, fez trabalhos de servente de pedreiro em Belo Horizonte. Aos 18, começou a cursar Geografia na PUC-MG. Sonhava também ser professor. Mas devido à rotina pesada de treinos intercalada com as atividades estudantis, teve de abandonar o curso. “Fazia geografia até como segunda opção.

No Villa Nova a situação estava um pouco difícil. Procurei uma outra área para me sustentar, caso o futebol não desse certo. É um curso com o qual sempre me identifiquei. Foi até uma escolha fácil. Mas, agora, com uma rotina mais pesada, não tem como continuar. Mas pretendo voltar a estudar, cursar uma faculdade. Agora, a rotina tem sido pesada”.

Quando esteve no Goiás, há dois anos, João Lucas viveu o momento que aponta como o mais difícil de sua vida. A perda da mãe, quando ele tinha 19 anos, se tornou um divisor de águas para o jogador, que dava os primeiros passos em busca de ganhar sua primeira chance no profissional. Ele garante que, apesar da dor, manteve-se firme com o propósito de jogar: “Foi um momento muito complicado.

Assim que perdi minha mãe, tive uma lesão no Goiás. Mas como nunca tinha me machucado, foi difícil superar tudo de uma vez. Mas tive muito ajuda da minha família, do meu pai (João Batista). O Goiás também me deu suporte. Nunca passou pela minha cabeça parar de jogar, até porque era algo que minha mãe sempre queria. Então, trabalho todos os dias para cumprir o desejo que ela tinha”.

Quem é ele

  • Nome: João Lucas de Almeida Carvalho
  • Nascimento: 9/3/1998, em Belo Horizonte
  • Clubes: Villa Nova (2015); Goiás (2016-2018); Bangu (2019), Flamengo (2019)
  • Títulos: Campeonato Brasileiro (2019) e Copa Libertadores (2019)

Três perguntas para João Lucas

Como tem sido o convívio diário no balado grupo do Flamengo?

— É um grupo de jogadores experientes, que abraçam muito quem começa. De todo o grupo, era mais próximo do Rodinei (também lateral-direito), que depois foi para o Inter, e dos meninos da base, até porque são próximos pela idade. Mas todos passaram muitas coisas. Está sendo uma experiência boa que tem me ajudado no meu crescimento pessoal e profissional.

Qual é a principal contribuição do Jorge Jesus nesse período?

— Tenho aprendido muito taticamente na questão de intensidade. É um treinador muito diferente do que eu estava acostumado. Taticamente, tem evoluído muito em concentração e intensidade nos treinos. É um técnico que tem ensinado bastante. Tem sido muito importante esse contato com ele, ainda mais no início de carreira.

Sua preferência hoje seria se manter no Flamengo ou ser emprestado para tentar jogar mais?

— Meu objetivo é jogar por aqui mesmo. No Brasil, não há equipe com grandes ambições como o Flamengo. Então, meu objetivo foi sempre jogar aqui.

Retirado de: Super Esportes