Exemplar! Sete ações realizadas pelo Flamengo que outros clubes se espelharam para voltar aos treinos

Entrada do Ninho do Urubu (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

O futebol brasileiro está parado há mais de dois meses por conta da pandemia da Covid-19 e ainda não tem prazo para retornar. Os clubes tentam, durante esse período, fazer o máximo para que, quando a bola volte a rolar, estejam o mais preparado possível. Durante esse ínterim, o Flamengo tem sido pioneiro em diversas ações que serviram de exemplos para alguns times se espelharem e seguirem os passos do Rubro-Negro.

A reportagem do Jornal O Dia levantou, ao menos, sete procedimentos adotados pelo Flamengo desde o começo da pandemia do novo coronavírus e que mostraram que o clube carioca não só serviu de exemplo para os demais times, mas também fez com que o Rubro-Negro saísse na frente. Veja abaixo:

Academia na casa dos jogadores:

Pedro Rocha exibe academia montada em sua casa (Foto: Divulgação/Flamengo)

Logo no início da paralisação, após a partida contra a Portuguesa, no dia 14 de março, o preparador físico Mário Monteiro se reuniu com Márcio Tannure, chefe do departamento médico do Flamengo, e traçaram planos para amenizarem a perda da parte física de todos os jogadores. A alternativa encontrada foi a instalação de academia nas residências dos atletas para que eles pudessem seguir, mesmo de férias, as cartilhas de treinamento durante o isolamento social.

As entregas dos materiais foram feitas pelo preparador físico permanente do Flamengo Roberto Oliveira Júnior, o Betinho, ao longo de vários dias. Na ocasião, os jogadores postaram em suas redes sociais fotos da estrutura montada em suas residências e agradeceram a atitude do clube.

Protocolo médico e de segurança:

Diante da incerteza de quando os treinamentos poderiam ser retomados no Centro de Treinamento, o departamento médico do Flamengo, encabeçado por Márcio Tannure, deu mais um passo: começou a criação de um protocolo médico e de segurança. O chefe do departamento médico, fluente no mundo do futebol, iniciou uma série de contatos com clubes e ligas europeias para ter conhecimentos dos procedimentos adotados para que o Rubro-Negro pudesse seguir e por em prática.

Com isso, Tannure conseguiu formular os protocolos médico e de segurança, juntamente com a Federação Estadual de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), que viriam a ser exemplos para as demais Federações de Futebol do Brasil e para a CBF. Segundo apurou a reportagem, Jorge Pagura, médico da entidade brasileira, entrou em contato com Márcio Tannure para pegar dicas do procedimento adotado pelo funcionário rubro-negro.

Aquisição de testes:

Gabigol realizando exame (Foto: Divulgação/Flamengo)

Um dos itens estabelecido como regra no protocolo médico e de segurança era a aquisição de kits de testes da Covid-19 para fazer exames em jogadores, colaboradores da comissão e demais funcionários funcionários do departamento de futebol antes do retorno aos treinamentos. A aquisição dos 600 testes foi feita no início de abril e custou aos cofres do Flamengo cerca de R$ 100 mil. Os equipamentos foram importados da Coreia e adquiridos através de um laboratório brasileiro credenciado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Depois de o Flamengo investir nos kits, o Grêmio, ciente da decisão do Rubro-Negro, entrou em contato com Márcio Tannure para pegar dicas e saber como providenciar os kits. Dias depois, o Tricolor, após pedir ajuda ao clube carioca, fez os exames nos jogadores.

Exames em familiares:

A princípio, o Flamengo faria os testes apenas nos jogadores, comissão técnica e outros integrantes do departamento de futebol. Porém, para ficar ainda mais resguardado e ter mais segurança, os familiares das pessoas envolvidas no dia a dia no Ninho do Urubu também passaram pelos testes, o que foi muito elogiado pelos parentes.

Plano de ação no CT:

Ação feita durante dia de treinamento no Ninho do Urubu (Foto: Divulgação/Flamengo)

O Gerente do CT Leandro Leme e o Supervisor do Futebol Gabriel Skinner basearam-se no protocolo médico para elaborar o plano de ação de retorno às atividades no Ninho do Urubu. Dentre outras coisas, o plano consiste em:, interdição de áreas (academias, vestiários e cozinha), esterilização de carros e ambientes do CT, operacionalização dos campos usados pela comissão técnica, organização da lavagem de roupas, EPI´s, treinamento dos funcionários, instalação de álcool em gel em diversos pontos e criação de programa para revezamento de colaboradores.

Tanto o plano de ação quanto o protocolo médico utilizados no CT do Flamengo serviram de exemplos para outros clubes que desejam (e já retornaram) às atividades de treinamento, principalmente no Rio de Janeiro. O presidente do Madureira, Elias Dubas, elogiou a postura de Márcio Tannure, médico do Flamengo, em recente entrevista ao Jornal O Dia.

“Ele (Tannure) tem feito a diferença. Um grande profissional”.

Importação de máquina:

Máquina que mede temperatura corporal que o Flamengo importou (Foto: O Dia)

O Flamengo também recorreu à tecnologia para dar total segurança aos envolvidos no retorno aos treinamentos. Márcio Tannure conseguiu fazer parceria com uma empresa portuguesa e irá importar uma máquina que será usada, num primeiro momento, para avaliar a temperatura corporal das pessoas. O aparelho tem chegada prevista para a próxima semana e será personalizado com as cores do clube.

O Atlético-GO, através de um coordenador do clube, entrou em contato com Márcio Tannure para sondar valores e como adquirir o aparelho, mas, até o momento, o clube goiano ainda não fez a aquisição.

Parceria com rede de hospital particular:

Por fim, mas não menos importante, foi a parceria que Márcio Tannure conseguiu fazer com a clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio, para que possa atender o clube caso algum jogador, funcionário ou familiar necessite.

Tannure, inclusive, está fazendo o mesmo para os clubes de menor investimento do Rio de Janeiro. Segundo apurou a reportagem, o RioMar, hospital localizado na Barra da Tijuca, fechará um convênio, com tabelas de preço especiais, caso algum time, que não tenha condição de pagar plano de saúde para jogadores e funcionários, precise utilizar hospital.

Retirado de: O Dia