Cantarelli vê exagero em cobranças e pede paciência com Gabriel Batista

Gabriel Batista durante treinamento no Ninho do Urubu (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Desde que Diego Alves e César foram diagnosticados com Covid-19, o gol do Flamengo está sob a responsabilidade de Gabriel Batista, de 22 anos, e Hugo Souza, de 21, ambos crias do Ninho do Urubu. O primeiro, um pouco mais experiente, assumiu o posto de titular enquanto a equipe de Domènec Torrent não conta com suas duas primeiras opções. E de ser revelado no Rubro-Negro e substituir um grande nome, ninguém entende mais do que Antônio Luís Cantarelli.

O goleiro que mais vezes defendeu a meta do Flamengo, também precisou lidar com a desconfiança, apesar da marca histórica. Cantarelli foi contemporâneo e muitas vezes reserva de Raul Plasmann e Ubaldo Fillol, jogadores igualmente marcantes na vitoriosa década de 1980 do clube da Gávea.

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Com a experiência de quem participou dos títulos brasileiros de 1980, 1982, 1983 e 1987, da Libertadores de 1981 e do Mundial de 1981, Cantarelli pede a paciência com Gabriel Batista, muito questionado desde a falha no jogo contra o Bahia, vencido pelo Flamengo por 5 a 3. Ao Esporte News Mundo, o ex-jogador diz considerar exacerbadas as cobranças sobre Gabriel e alerta para as dificuldades em atuar por um clube como o Rubro-negro. Veja abaixo a entrevista na Íntegra.

O Flamengo tem um elenco recheado, mas com os diagnósticos de Diego Alves e César para Covid-19, o gol ficará nas mãos de Gabriel Batista e Hugo Souza por algum tempo. Você acha que a dupla dará conta ou o clube deveria contratar um novo goleiro?

— Se não derem oportunidade, como saberemos? Quem foi criado no Flamengo sabe o que representa vestir a camisa. O Flamengo sempre revelou bons goleiros. Todo goleiro precisa ter dez bons jogadores ao seu lado. Acho que hoje o clube tem e isso facilita muito a segurança de um jovem goleiro. Hoje as cobranças são exageradas a esse menino.

Qual conselho você daria a eles?

Contaria como consegui jogar tantos anos no clube e nunca ter a unanimidade de ser chamado de um grande goleiro. E como foi minha estreia e a sequência da carreira.

Você se lembra de seu primeiro jogo como profissional? Como você se sentiu?

Foi em um amistoso em 30 de junho de 1973 em que o placar foi Flamengo 3 a 1 Combinado de Cachoeiro do Itapemirim-ES. Senti que era hora de dar uma resposta não só a mim, mas também aos que acreditaram que eu era capaz. Dito isso acho que precisam dar chances aos jovens. Afinal o lema do clube não é “craque se faz em casa”?

É verdade, mas faz tempo que o Flamengo não produz um goleiro que se torna titular absoluto. Por que isso acontece? É mais difícil revelar goleiros?

Sinceramente não sei. Marcelo Lomba e Paulo Victor foram titulares por onde jogaram. A verdade é que jogar no Flamengo e difícil, amigo.

Por que jogar no Flamengo é difícil?

Com experiência de 18 anos de clube eu falo que existe muita cobrança em quem é feito em casa. Isso é diferente para goleiro quem vem de fora. Para mim parece que as pessoas têm mais paciência.

Retirado de: Esporte News Mundo