Rodrigo Caio, Filipe Luís, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol: Flamengo tem apenas seis remanescentes de 2019

Elenco titular do Flamengo na Copa Libertadores de 2019 (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

Embora só tenha assumido papel de protagonista justamente em seu último ano de Flamengo, Rodinei diminuiu neste domingo para seis o número de remanescentes da temporada de 2019, a segunda mais vitoriosa da história do clube. O lateral de 30 anos foi anunciado pelo Olympiacos e tornou-se oficialmente ex-rubro-negro.

Os atletas que ganharam o Brasileiro e a Libertadores sob orientação de Jorge Jesus que seguem no Flamengo são os seguintes: Rodrigo Caio, Filipe Luís, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol. Do sexteto, Rodrigo e Bruno não são mais titulares, porém ambos sofreram com lesões.

Da foto acima, além de Rodinei, Diego Alves, Diego, Willian Arão, Vitinho e Renê deixaram o Flamengo entre janeiro e novembro de 2022 (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

Da foto acima, Diego Alves, Pablo Marí, Willian Arão, Vinícius Souza, Berrío, Renê, Piris da Motta, César, Diego, Rafinha, Gérson, Vitinho, Reinier, Rodinei, Lincoln e Thuler já deixaram o clube.

Confira abaixo a cronologia das saídas e os números de alguns ex-rubro-negros que ficaram marcados na história:

2019

Durante a campanha dos títulos da Libertadores e do Brasileiro, no meio de 2019, saíram Pará, Léo Duarte, Trauco, Cuéllar e Uribe. O primeiro, hoje lateral-direito da Portuguesa-SP, foi titular durante toda a primeira fase da competição sul-americana. Léo, agora zagueiro do turco Basaksehir FK, teve praticamente a mesma trajetória do companheiro, mas ainda jogou a partida de ida das oitavas de final, contra o Emelec.

Jogadores do Flamengo com suas medalhas de campeão da Libertadores de 2019 (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

Uribe atuou duas vezes na Libertadores e fez gol contra o LDU. Foi para o Santos e não jogou nem o mata-mata e nem o Brasileiro pelo Flamengo. Trauco entrou no final de dois jogos da fase de grupos e ficou no banco contra o Emelec, nas oitavas de final.

Cuéllar, que era um dos grandes xodós da torcida, foi titular absoluto até as quartas de final da competição sul-americana, contra o Internacional. Seu último jogo, contra o próprio Colorado, quase não foi disputado porque o colombiano já estava vendido para o Al-Hilal, seu clube atual. A saída conturbada da Gávea queimou seu filme com os rubro-negros.

Cuellar em ação pelo Flamengo (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

2020: figurões começam a sair

Em janeiro de 2020, as primeiras saídas impactantes foram as do zagueiro espanhol Pablo Marí e do jovem Reinier. Contratado sob desconfiança em 2019 por 1,2 milhão de euros, Marí rendeu 10 milhões na mesma moeda menos de seis meses depois. Canhoto, técnico e excelente no jogo aéreo, despediu-se com apenas 30 jogos, três gols marcados e participação importantíssima nas conquistas da Libertadores e da Copa do Brasil.

Em apenas quatro meses, o europeu fez a torcida esquecer que havia chegado da Segunda Divisão de seu país e, pelo ótimo nível de atuações, acabou negociado com o Arsenal. No mesmo mês, o colega de posição Rhodolfo saiu em final de contrato e acertou com o Coritiba.

Zagueiro Marí em ação pelo Flamengo (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

Reinier garantiu ainda mais dinheiro. Negociado com o Real Madrid, custou R$ 136 milhões aos cofres merengues. Em menos de seis meses no profissional, fez 15 jogos, marcou seis gols e deu duas assistências antes de completar 18 anos.

Reinier em ação pelo Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Rafinha

Rafinha tinha tudo para ter status de ídolo do Flamengo. Ainda é muito querido por grande parte da torcida, porém muitos não engoliram a ida para o Olympiacos, da Grécia, em agosto de 2020.

No ano de 2019, destacou-se pela grande prestação técnica, com cruzamentos precisos e alto rendimento físico apesar dos 34 anos. Muito visceral, foi flagrado chorando copiosamente nos jogos com o Emelec, nas oitavas de final, e com o River Plate, na final da Libertadores.

Rafinha durante uma partida do Flamengo (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

Fez 46 jogos, não anotou gols, mas adotou um contra do Vasco a favor do Flamengo como seu. No empate por 4 a 4, Rafinha chutou cruzado, Danilo Barcelos desviou para dentro do próprio gol. Senha para o lateral sair rebolando à la Edmundo.

Em menos de um ano, conquistou Libertadores, Brasileiro, Recopa Sul-Americana, Supercopa do Brasil e estadual. Declarou amor ao clube em 2021, mas acabou voltando ao país com a camisa do Grêmio. Hoje defende o São Paulo.

A temporada também marcou a saída do ponta colombiano Orlando Berrío. Depois de sofrer uma grave lesão, chegou a um acordo por rescisão amigável e acertou com o Khor Fakkan FC, dos Emirados Árabes. Piris da Motta e Rodinei, por empréstimo, deixaram o clube pela primeira vez. O paraguaio foi para o Gençlerbirliği, da Turquia, e o lateral-direito transferiu-se para o Internacional.

2021: o Coringa deixa o clube do coração

O ano começou com a saída de dois pratas da casa que participaram das conquistas de 2019. Thuler foi emprestado ao Montpellier, e Lincoln acabou vendido ao Vissel Kobe, do Japão. Curiosamente, o Kobe é o atual clube de Thuler – após empréstimo, os japoneses vão exercer a opção de compra ainda em dezembro de 2022.

A grande perda, porém, foi a saída de Gerson. Um dos grandes destaques da equipe que encantou a América do Sul em 2019, o canhoto estava estabelecido como ídolo do Flamengo. A qualidade na saída de bola, os dribles e a raça demonstrada o aproximavam muito de uma torcida da qual sempre fez parte.

De tanto aparecer, o assédio europeu veio pesado, e o Flamengo não teve como segurá-lo. O Olympique de Marselha gastou 20 milhões de euros, que podem virar 25 milhões da mesma moeda caso metas sejam atingidas.

Foram 109 jogos, dois Brasileiros, uma Libertadores, duas Supercopas do Brasil, uma Recopa Sul-Americana e dois Cariocas. Fez sete gols com a camisa rubro-negra, dois deles na finalíssima da Recopa, nos 3 a 0 sobre o Independiente del Valle.

No fim do ano, o volante Piris da Motta encaminhou sua transferência para o Cerro Porteño, venda que acabou oficializada nos primeiros dias de janeiro do ano seguinte.

2022: saída de símbolos

O ano de 2022, também muito vitorioso com as conquistas da Libertadores e da Copa do Brasil, ficou marcado por saída de jogadores importantes. O primeiro dos sete que saíram foi o goleiro César, em janeiro. Apesar de reserva na maior parte de sua passagem pelo profissional, o cria da Gávea colecionou títulos desde que subiu.

Na Libertadores de 2019, disputou o empate por 0 a 0 com o Peñarol, que classificou o time para o mata-mata. Antes de a atual geração empilhar taças, César foi campeão carioca em 2011 e 2014. Também fez parte da campanha da Copa do Brasil de 2013. O colega de posição Gabriel Batista também saiu em janeiro.

O terceiro a deixar o clube foi Renê. Contratado em 2017, perdeu a titularidade justamente em 2019, com a chegada de Filipe Luís. Na última temporada, Ayrton Lucas reduziu ainda mais seu espaço. Em abril, foi anunciado pelo Internacional.

O piauiense ficou no banco em uma partida válida pela Libertadores 2022. De 2017 em diante, fez parte de todas as conquistas do Flamengo, exceção à Copa do Brasil.

Willian Arão

Jogador que viveu todos os cenários possíveis nas quase sete temporadas disputadas com a camisa do Flamengo, Willian Arão saiu em julho, quando acertou com o Fenerbahçe de Jorge Jesus, mas pode bater no peito e dizer que conquistou Copa do Brasil e Libertadores.

Foi titular absoluto até encaminhar sua saída para a Turquia e iniciou cinco dos seis jogos do Flamengo na primeira fase da Libertadores – na última rodada, Paulo Sousa poupou o time principal. Atuou em uma partida da Copa do Brasil.

Foram 377 jogos pelo Flamengo e 11 títulos conquistados: duas Libertadores, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, duas Supercopas do Brasil, uma Recopa Sul-Americana e três estaduais. É até hoje considerado um dos pilares da equipe de Jorge Jesus.

Willian Arão em jogo do Flamengo contra o Atlético-MG (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Vitinho

Em agosto de 2022, o meia-atacante Vitinho, que chegou a ser a contratação mais cara do clube em 2018, trocou o Flamengo pelo Al Attifaq. Rubro-negro de coração, conquistou os mesmos títulos que Arão, só não participou do estadual de 2017. Fez 29 gols e deu 33 assistências. Habilidoso, porém muito inconstante, não caiu nas graças da torcida rubro-negra.

Diego Ribas

Diego Ribas em ação pelo Flamengo durante o jogo contra o Botafogo pelo Campeonato Brasileiro de 2022 (Foto: Reprodução/Flamengo)

Contratação que mudou o patamar do Flamengo no segundo semestre de 2016, Diego foi o protagonista do maior Aerofla que já existiu na chegada de um reforço. Depois de explodir no Santos aos 17 anos, colecionou passagens por clubes importantes da Europa. E com destaque. Defendeu o português Porto, os alemães Werder Bremen e Wolfsburg, a italiana Juventus, o espanhol Atlético de Madrid e o turco Fenerbahçe.

A primeira temporada no Flamengo foi muito positiva, e Diego liderou o time que deixou a parte de baixo da tabela e chegou a sonhar com o heptacampeonato brasileiro – terminou em terceiro. Em 2017, começaram os altos e baixos. Embora tenha mantido o bom nível de atuações, sofreu lesão importante no primeiro semestre e perdeu pênalti decisivo na final da Copa do Brasil, contra o Cruzeiro.

Daí em diante, viveu todos os sentimentos possíveis com o Flamengo. Em 2019, virou alvo da torcida ao perder pênalti contra o Athletico-PR em disputa na Copa do Brasil. Pouco depois, sofreu a lesão mais grava da carreira após entrada dura de Arroyo, do Emelec.

A recuperação em tempo recorde de uma fratura sofrida nas oitavas de final da Libertadores foi o ponto alto do ano que se tornaria mágico. Já não era mais titular àquela altura, mas trabalhou dobrado para jogar a semifinal e ter participação importante nos dois gols do Flamengo contra o River Plate, na decisão da competição.

Foram 289 jogos, 44 gols marcados e 11 títulos conquistados (os mesmos de Arão). Despediu-se em 12 de novembro de 2022, na derrota por 2 a 1 para o Avaí. Foi substituído aos 10 minutos da etapa final e fez a passagem de bastão, entregando a camisa 10 para Gabigol.

Diego Alves

Uma das grandes figuras do Flamengo em 2019, ano em que conquistou seus três primeiros títulos pelo clube, Diego foi fundamental especialmente em três jogos da campanha que garantiu ao clube o bi da Libertadores: a estreia contra o San José, em Oruro; o jogo de volta contra o Emelec, nas oitavas, e a partida de ida contra o Grêmio, na semifinal. Pegou pênaltis contra LDU e Emelec.

Em 2020, teve alguns problemas físicos, mas no ano seguinte recuperou a melhor forma e foi decisivo ao pegar três pênaltis na Supercopa do Brasil, contra o Palmeiras.

Despediu-se em novembro de 2022 na mesma partida que o xará Ribas. Disputou 217 jogos e em sua coleção de títulos só faltou o Mundial de Cubes. Seu currículo tem os mesmos troféus que Arão e Diego. A dupla, porém, conquistou o estadual de 2017 meses antes do goleiro chegar à Gávea.

Diego deixou o Flamengo como um dos maiores goleiros da história do clube.

Rodinei

Citado à exaustão no noticiário nas últimas semanas, Rodinei defendeu o Flamengo de 2016 a 2022, com um empréstimo ao Internacional de 2020 a 2021 no meio dessa trajetória. Assim como Arão, foi do céu ao inferno com os rubro-negros, mas saiu em outro patamar.

Os apelos de “Fica, Rodinei” ecoaram por arquibancadas, na festa dos títulos conquistados em 2022 e dentro do elenco. Foi protagonista na temporada, com direito a gol de pênalti decisivo contra o Corinthians e participação importante na jogada do gol do título da Libertadores. Fez 229 jogos e nove gols. Venceu duas Libertadores, um Brasileiro, uma Copa do Brasil e dois estaduais.

Saiu em final de contrato e assinou neste domingo com o Olympiacos, da Grécia.

Retirado de: Globo Esporte