Dono do Botafogo manda recado para Rodolfo Landim, do Flamengo

Rodolfo Landim em entrevista coletiva no Ninho do Urubu (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)
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Mesmo após anunciar que o Botafogo deixará o grupo Libra, que negocia a criação da liga independente no futebol brasileiro, John Textor não se privou de elogiar publicamente Rodolfo Landim, que desde 2019 preside o rival Flamengo.

Em entrevista ao portal ge, quando detalhou que se incomodou com a demora dos clubes em avançar nas negociações, o empresário norte-americano afirmou que teve boa proximidade com o mandatário rubro-negro durante o processo da Libra.

“Lembro que nós escolhíamos as datas e dizíamos ‘Ok, vamos tentar essa solução com todos os 40 clubes’. As datas passavam, havia mais desculpas e pouco progresso. Às vezes, era um passo à frente e dois para trás, e adiávamos. Me lembro de uma brincadeira, quando falei ao telefone com Rodolfo Landim e escolhemos o aniversário dele, 24 de março e não cumpriram”.

Na visão do proprietário da SAF do Botafogo, as “briguinhas” entre dirigentes brasileiros ainda atrasa a criação de uma liga no Brasil, impactando a evolução financeira de todos os clubes.

“Ganhei muito dinheiro com tecnologia, televisão nos Estados Unidos e streaming de conteúdo acessível em todo o mundo. Falei sobre promover o produto do futebol brasileiro para o mundo. Quero divulgar a marca do Botafogo para o mundo, não consigo fazer isso apenas pelo Instagram. Tenho que ter total controle, comprometimento e investimento em minhas propriedades de mídia e acredito que deveria fazer isso com a Liga Brasileira. Queria o fim dessas briguinhas”.

A ESPN reportou em meados de maio que a Libra decidiu mudar um ponto importante em seu modelo para a criação de uma liga no futebol brasileiro.

Os clubes da organização resolveram ampliar a cláusula de proteção que antes resguardava apenas Flamengo e Corinthians para todas as equipes que estiverem na Série A em 2025.

A iniciativa é vista como um passo importante para a união também com os clubes do Forte Futebol. A mudança garante que os clubes que estiverem na Série A em 2025 estarão seguros caso a receita da Liga em 2025 seja igual ou inferior com relação a 2023, tratado como ano-base.

Antes, apenas Flamengo e Corinthians, que hoje têm garantida as maiores receitas, tinham esse benefício. A ESPN noticiou no final do mês de abril que a medida que protegia os dois times de maior torcida no país era um dos empecilhos para o andamento das negociações.

Há ainda um ponto controverso na formação da Libra, que causa desconforto dentro do próprio bloco e também impacta nas negociações com o Forte: a cláusula de unanimidade estabelecida para possíveis mudanças na forma de distribuição de receitas nos blocos.

Foi esse ponto, por exemplo, que fez com que Leila Pereira, presidente do Palmeiras, criticasse publicamente o Flamengo, defensor da medida. Neste momento, segundo soube a reportagem, ainda não há nenhuma mudança significativa em relação ao tema, que deverá ser tratado com mais atenção pela Libra no futuro.

“Nenhum clube grande vai simplesmente dar dinheiro para os clubes pequenos e subsidiar a liga. E ainda assim, o Flamengo tem sido muito flexível reduzindo, mesmo sabendo a porcentagem que deveriam ganhar com base no tamanho deles”, disse o norte-americano.

“Eles ajustaram a garantia mínima que receberiam, isso poderia impactar negativamente seus números em comparação com o que tradicionalmente obtêm com a Globo. Sei que são muito difíceis de lidar porque são grandes, bem-sucedidos e têm 40 milhões de torcedores, mas Rodolfo tem sido incrivelmente razoável como parceiro do processo e, ainda assim, perdemos todos esses prazos”.

“Eu não gosto do Flamengo em campo, mas tenho muito respeito por Rodolfo e sua liderança. Acho que ele tem feito tudo o que pode para unir esta liga e vejo as pessoas ficando com raiva dele e falando sobre problemas de cinco anos atrás. Isso tudo é um absurdo para mim”.

A ideia do empresário norte-americano é negociar direitos de mídia do clube separadamente, apostando em plataformas de streaming voltadas para esportes.

“Da mesma forma que a Premier League trabalha e vende os jogos para fora do mundo, eu também vou fazer. Eu sei como ganhar mais dinheiro do que o pessoal da Libra”, afirmou.

Retirado de: ESPN