Já são 200 jogos, 97 gols, oito títulos, e ainda um desafio: convencer Jorge Sampaoli de que merece mais oportunidades na equipe titular do Flamengo. Na vitória por 3 a 2 sobre o Coritiba, domingo, no Couto Pereira, o centroavante reviveu uma rotina de poucos minutos que vai além de uma hipotética disputa por posição com Gabriel. A ducentésima partida vestindo rubro-negro durou apenas 14 minutos do momento em que substituiu Bruno Henrique ao apito final.
Os números evidenciam que a concorrência entre os camisas 9 e 10 não existe na cabeça do treinador. Substituído nos últimos três jogos, Gabriel só deu lugar a Pedro no primeiro deles, contra o São Paulo. A preferência de Jorge Sampaoli por Gabigol é evidente, e das 16 vezes que Pedro começou jogando desde sua chegada em apenas uma o “concorrente” ficou entre os reservas: no 4 a 0 sobre o Aucas, pela Libertadores.
Diante de Grêmio e Coritiba, Luiz Araújo entrou no lugar de Gabigol, e Pedro só foi acionado na sequência.
Pedro com Sampaoli
- Ficou à disposição em 28 dos 33 jogos
- Foi titular em 16
- Saiu do banco em 8
- Ficou no banco em 4
- Média de 25 minutos nos últimos dez jogos
- Jogou os 90 minutos 8 vezes
- Marcou 12 gols e deu 1 assistência
— Eu tomo a decisão que penso. O time hoje jogou com muitas pessoas na frente e escolhi o jogador que estava melhor para o jogo. Agora que o Pedro está bem, podemos contar com ele e será uma opção na frente – disse o técnico argentino ao ser questionado sobre o tema após o empate por 1 a 1 com o América-MG no dia 22 de julho. Na ocasião, o camisa 9 substituiu Bruno Henrique aos 30 do segundo tempo e os dois centroavantes terminaram o jogo juntos.
Titular no início da era Sampaoli e artilheiro do período com 12 gols, Pedro esteve à disposição em 28 dos 33 jogos sob o comando do treinador. Desses, foi titular em 16, saiu do banco de reservas em oito e não foi utilizado em quatro oportunidades.
Um raio-x das vezes em que Pedro começou jogando ajuda a comprovar que na cabeça do treinador a concorrência direta não é com Gabigol. Dos 16 jogos do camisa 9 como titular, os dois fizeram dupla em oito e em sete oportunidades o camisa 10 estava lesionado ou suspenso.
O recorte mais recente, por sua vez, mostra uma perda de prestígio do artilheiro do time na temporada com Sampaoli. São apenas 250 minutos nos últimos dez jogos. No período, Pedro foi titular em dois, não utilizado em três, e somou 76 minutos nas vezes em que saiu do banco.
Um dos destaques das campanhas vitoriosas da Libertadores e da Copa do Brasil no ano passado, o centroavante jogou os 90 minutos apenas oito vezes sob o comando do argentino. Em um comparativo com Gabriel, são 18 partidas em campo do início ao fim num total de 25 como titular, com dez gols marcados e três assistências.
Em sua quarta temporada pelo Flamengo e a três gols da marca centenária, Pedro comemora 200 jogos com alguns desafios pela frente. E o principal deles é entender os planos de Sampaoli para retomar a briga por posição.
Retirado de: Globo Esporte