Ex-jogador revela detalhes sobre saída de Romário do Flamengo

Romário pede silêncio aos rivais após marcar um gol com a camisa do Flamengo (Foto: Divulgação)

Por: Leonardo Antônio

A saída de Romário do Flamengo em 1999 foi um evento complexo, marcado por controvérsias e revelações importantes. Segundo Caio Ribeiro, em sua participação no Charla Podcast, o episódio teve início quando o supervisor Gilmar Rinaldi reuniu a equipe para discutir a fuga de jogadores da concentração.

“Vivi um bastidor bastante complicado no Flamengo, posso falar porque é público. A gente joga contra o Inter, pela Copa do Brasil, em Porto Alegre, e vai para Caxias do Sul. Quando fomos treinar, o Gilmar Rinaldi, que era o supervisor na época, chega, reúne todo mundo e fala que teve gente que fugiu da concentração, que não admitia, pede para contarem quem foi e que lá tinha comando e disciplina, que não permitiria aquilo. Eu não sabia”, contou Caio.

Romário, impaciente com a situação, respondeu: “porra, muito papinho, vamos treinar, depois resolve isso”, completou.

Após a descoberta de que Romário havia fugido para se encontrar com a Miss Uva, conforme mostrado na capa de um jornal, a situação se agravou. Ribeiro relata que Romário lhe telefonou após o almoço, informando que já estava no Rio de Janeiro e havia sido afastado do clube.

“A gente treina, chega na concentração, e a capa do jornal é o Romário com a Miss Uva, da Festa da Uva. Eu falei: ‘putz, foi o Romário.’ Ele era nosso ídolo, o craque do time. Aí toca o telefone do meu quarto, depois do almoço, e era o Romário, falando que já estava no Rio de Janeiro, que foi afastado, e gostaria que eu contasse o que aconteceu depois ele saiu. Mas não teve nada. Teve o Gilmar os caras falando que o Romário abandonou a concentração, que eles não iriam admitir”, continuou.

Essa decisão gerou uma forte reação dos torcedores, incluindo um momento tenso descrito por Ribeiro: “eu vi um cara estranho entrando no vestiário. Hora que eu virei, vi que era um dos grandes da organizada do Flamengo. Ele vai na direção de um supervisor e dá um tapa na cara dele”, completou Caio Ribeiro.

A decisão de afastar Romário, tomada pelo presidente do Flamengo na época, Edmundo Santos Silva, foi parte de uma nova política de disciplina no clube, conforme relatado pelo Diário do Grande ABC. Silva afirmou que não seriam mais tolerados casos de indisciplina e que os jogadores que gostavam de sair à noite seriam dispensados.

Apesar desses desafios, Caio Ribeiro teve uma atuação notável na final da Mercosul de 1999, ajudando o Flamengo a conquistar o título mesmo na ausência de Romário. Seu desempenho foi crucial, com gols importantes nos jogos de ida e volta contra o Palmeiras.​​