Mauro Cezar critica postura de Tite em entrevista coletiva após jogo do Flamengo

Mauro Cezar - Foto divulgação Jovem Pan

Após a vitória do Flamengo sobre o Fluminense por 2 a 0 no Campeonato Carioca, o treinador Tite foi questionado sobre diversos temas em uma entrevista coletiva. Um dos pontos abordados foi a condenação do lateral-esquerdo Daniel Alves por estupro na Espanha. Tite descreveu o incidente como um “erro”, comentário que gerou uma enxurrada de críticas tanto de torcedores quanto da mídia esportiva. Essa fala, especificamente, colocou o técnico sob os holofotes e suscitou debates acalorados sobre responsabilidade e conduta.

“Eu não posso fazer julgamento sem ter todos os fatos e as informações verdadeiras a respeito (…) Conceitualmente, todo erro deve ser punido”, disse Tite, tentando se defender durante a coletiva. No entanto, essa tentativa de neutralidade não foi bem recebida pela opinião pública, especialmente considerando a gravidade das acusações contra Daniel Alves, que foi condenado com base em evidências sólidas apresentadas pelo Ministério Espanhol.

Além disso, a reação da mídia incluiu comentários ásperos de figuras notáveis, como o comentarista Mauro Cezar, que não hesitou em expressar sua decepção com as declarações do treinador do Flamengo. Em sua coluna no Portal UOL, Mauro Cezar criticou severamente a postura de Tite, destacando a seriedade do caso e a inadequação da resposta do treinador.

Durante a mesma coletiva, Tite fez uma comparação evasiva entre os casos de Daniel Alves e Neymar, sem se aprofundar muito em nenhum deles. Essa atitude também foi criticada, já que parecia uma tentativa de desviar do assunto principal. Além disso, foi revelado que Neymar contribuiu financeiramente, pagando um montante de R$900 mil, supostamente para ajudar na redução da pena de Daniel Alves, fato que adiciona outra camada de complexidade ao caso.

A controvérsia se estende ao julgamento de Daniel Alves, que foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão, uma sentença significativamente menor do que os 9 anos sugeridos pelo Ministério Público Espanhol e os 12 anos solicitados pela vítima. Essa discrepância nas sentenças também levantou questões sobre justiça e equidade no processo legal.

Críticas adicionais vieram de Juca Kfouri, que denunciou o que ele descreveu como o “silêncio cúmplice” de Tite. Kfouri ficou perplexo com a falta de uma declaração pública mais forte de arrependimento ou condenação por parte de Tite, especialmente considerando a gravidade do crime pelo qual Daniel Alves foi condenado. A crítica de Kfouri ecoou o sentimento de muitos que esperavam uma postura mais firme e condenatória do técnico em relação ao incidente​​.