Flamengo planeja mudança no preço dos ingressos; entenda

Torcida do Flamengo marca presença em partida contra o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro 2021 (Foto: Paula Reis/Flamengo)
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O Flamengo está considerando adotar uma abordagem inovadora na venda de ingressos para suas partidas, estudando a implementação do chamado ‘preço dinâmico’. Em uma entrevista ao MRN, o diretor de Marketing do clube, Marcos Senna, mencionou a possibilidade de utilizar algoritmos para ajustar os preços dos ingressos com base na demanda dos torcedores, comparando esse modelo com a flutuação de tarifas de passagens aéreas.

O Flamengo está tentando fazer algo em relação aos preços? Sim! Estamos buscando soluções científicas. Podem ser diversas! De algoritmo. Preço dinâmico, igual às passagens aéreas. O sistema precifica de acordo com a demanda. A gente tá entendendo tudo que existe relacionado no mercado — afirmou o Marcos Senna.

Embora seja mais comum em outros setores da economia, o uso de preços dinâmicos no futebol tem sido observado em algumas ligas e clubes ao redor do mundo. Na Inglaterra, o Derby County foi pioneiro nessa prática em 2012, variando os preços dos ingressos de acordo com o adversário e os dias de antecedência da compra. Nos Estados Unidos, times da Major League Baseball (MLB), como o San Francisco Giants, adotaram os ingressos dinâmicos, registrando um aumento significativo nas vendas e receitas.

Torcida do Flamengo faz show com luzes no Maracanã (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

A implementação do ingresso dinâmico pelo Flamengo levanta questões sobre como essa estratégia seria integrada ao programa de sócio-torcedor do clube, bem como seu potencial impacto na receita e na experiência dos torcedores. O objetivo seria oferecer mais opções de valor aos torcedores e combater a perda de receita causada pelo cambismo.

A realidade é que o Maracanã só tem 60 mil lugares. Não tem mais 200 mil lugares. Sempre vai ter gente de fora. Outra coisa importante é não ignorar o mercado de cambismo. Se o valor do ingresso é de R$ 50 e o cambista vende por R$ 200, quem entra pagou R$ 200, e a receita não está vindo para o Flamengo — disse Marcos Senna.

Essa abordagem, popularizada por aplicativos como o Uber, que calculam os preços com base na demanda do momento, e pelas companhias aéreas, que ajustam as tarifas considerando o histórico de voos e pesquisas dos usuários, representa uma mudança significativa na forma como os ingressos são precificados no futebol brasileiro. Em 2023, o Flamengo arrecadou mais de R$ 100 milhões com a venda de ingressos, mas enfrentou críticas pela precificação, especialmente na final da Copa do Brasil.