Mauro Cezar Pereira faz apelo à diretoria do Flamengo

Mauro Cezar - Foto divulgação Jovem Pan

Durante sua participação no canal “S1 Live”, o jornalista Mauro Cezar Pereira trouxe à tona uma reflexão sobre como tragédias impactam o universo do futebol, conectando duas histórias de dor e perda que transcendem o campo de jogo. O apelo emocionado de Mauro Cezar para que o Flamengo não entre em campo no dia 8 de fevereiro ressoou fortemente.

Mauro Cezar traçou um paralelo entre o Flamengo e o Liverpool, clube inglês que adota uma postura de respeito e reflexão ao se recusar a jogar no dia 15 de abril, data da tragédia de Hillsborough, onde 97 torcedores perderam a vida em 1989. Essa comparação não apenas ressalta a importância de honrar aqueles que foram vítimas de tais catástrofes, mas também serve como um chamado para que o Flamengo siga um exemplo de dignidade e respeito, transformando o dia 8 de fevereiro em uma data de homenagens e memória, ao invés de um dia qualquer no calendário esportivo.

— O Flamengo nunca deveria jogar no dia 8 de fevereiro. Assim, como o Liverpool não joga no dia 15 de abril por conta da tragédia de Hillsborough, que teve 97 mortos. O Liverpool não joga no dia 15 de abril. Premier League, UEFA, o que for, nesse dia ‘a gente’ não joga. Não estamos pedindo, estamos comunicando. Isso há anos. É um dia de reflexão, de respeito, fazem homenagens no estádio, disse MCP.

Além do apelo sobre a data significativa, Mauro Cezar também expressou sua indignação com a postura da diretoria do Flamengo em relação às consequências do incêndio, particularmente no caso de Benedito Ferreira, o segurança que, enfrentando o perigo, conseguiu salvar muitos jovens daquela tragédia. Ferreira, que sofreu profundamente com o trauma vivenciado, foi diagnosticado por profissionais da saúde mental como incapaz de continuar exercendo suas funções devido às sequelas psicológicas do evento.

O jornalista criticou veementemente a contestação do Flamengo quanto à incapacidade de Ferreira, questionando a falta de empatia e compreensão do clube para com aqueles que foram diretamente afetados pelo incêndio. A situação de Ferreira, de acordo com Mauro Cezar, deveria ser tratada com a maior seriedade e sensibilidade, oferecendo a ele o suporte necessário para enfrentar as dificuldades impostas por um trauma de tamanha magnitude.

— Enquanto isso, a diretoria do Flamengo… O segurança Benedito Ferreira foi diagnosticado, por profissionais, que ele não tem condições psicológicas para trabalhar mais. É o segurança que salvou meninos, conseguiu tirar jovens do incêndio, ele ficou com sequelas irreparáveis. Não consigo imaginar o que ele viveu, dá vontade de chorar só de pensar no que ele passou. E o Flamengo está contestando. O Flamengo contesta. É sacanagem, né? Os caras contestam. O que tem que fazer, o que tem que pagar, dá o que para esse rapaz? Dá o que tem que dar para ele e segue em frente, finalizou o jornalista.