Botafogo: a declaração de Júnior Santos ao seu falecido pai após o título da Libertadores

Junior Santos com a camisa do Botafogo em 2024 (Foto: Reprodução/Instagram)

Autor do gol que sacramentou o inédito título da Copa Libertadores da América do Botafogo, Júnior Santos celebrou a volta por cima depois de sofrer uma lesão que o tirou de parte da temporada e se emocionou ao falar do pai.

Júnior Santos saiu do banco de reservas no fim do segundo tempo para fechar a conta no Estádio Monumental de Núñez, no último sábado (30/11). Nos acréscimos, fez grande jogada pelo lado direito de ataque, passou pelo marcador e cruzou rasteiro tentando encontrar um companheiro no meio da área. A zaga do Atlético-MG afastou, mas com um toque do destino, a bola caiu novamente nos pés do atacante, que finalizou para marcar o terceiro gol do Botafogo.

Após a partida, em entrevista aos canais ‘ESPN’, ele celebrou a volta por cima, depois de se recuperar de uma fratura na tíbia da perna esquerda, que o tirou de parte da temporada.

“É muito difícil o jogador ficar fora por contusão, no melhor momento da minha carreira. Via o time indo bem, sempre estava presente, quis o melhor para o grupo. Quem me conhece sabe. O mais importante era o Botafogo. Fui trabalhar o meu mental, estar o mais forte mentalmente, estou tentando ganhar ritmo ainda, porque não tem tempo para treinar, para desenvolver o que tenho de melhor. O tempo que tenho entrado tenho tentado colocar vontade, raça. Estou muito feliz de fazer o gol e de nos consagrarmos campeões da Libertadores”, afirmou.

Ele também fala que a conquista da Libertadores é a realização de um sonho e relembrou os primeiros passos como jogador de futebol.

“Sonhei com isso. Em um vídeo meu, jogando na tribo que cresci, em Conceição de Jacuípe, tinha 20 anos, jogando em campo de terra, falava ‘sou o Rakitic’, às vezes dizia ‘hoje vou jogar só com a perna esquerda, sou o Messi’. Sempre me imaginei jogando em grandes estádios. Quando vi a oportunidade, fiz gols na pré-Libertadores, falei ‘tem algo reservado para mim’. Me ajudei fazendo as jogadas, indo para cima. Era momento de segurar, falei ‘tô nem aí’, fui para cima. Sempre imaginei”, disse.

Emocionado, ele contou que usa a experiência que adquiriu ao longo dos anos para aconselhar os jogadores mais jovens e lamentou o falecimento do pai, que não pode vê-lo jogar a final do torneio mais importante do continente.

“Falo para os jovens, continua batalhando, se não der para ser jogador, seja cidadão de bem, honre pai e mãe. Quero dedicar a meu pai, minha mãe, meus familiares. Meu pai até chegou a me ver jogar, mas tinha perdido a memória. É uma coisa que me dói muito. Já falei da minha trajetória, fui um jovem muito rebelde, não segui os conselhos do meu pai na infância, me arrependo muito. Muitas pessoas falavam mal de mim onde eu morava, com razão. No meu melhor momento, ele não está aqui para ver, mas agradeço a Deus porque está me vendo onde estiver, a pessoa que me tornei. Erro como pessoa, sou falho, mas quero dedicar ao meu pai, sou campeão e artilheiro da Libertadores”, finalizou.