Ronaldo fala sobre CBF, critica técnicos brasileiros e defende treinador estrangeiro na seleção
Provável candidato à presidência da CBF, Ronaldo comentou sobre o futuro do futebol brasileiro em entrevista ao canal de Romário. O ex-atacante manifestou sua preferência por técnicos estrangeiros e afirmou que os treinadores nacionais “pararam no tempo”.
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“Olha, eu não quero entrar no mérito de nacionalidade, porque começa a virar um papo até de xenofobia. Mas a gente quer ganhar a Copa ou fazer homenagem ao treinador brasileiro? Acho que o treinador brasileiro está dois degraus abaixo do nível mundial. Nós não evoluímos, paramos no tempo”, declarou.
Ronaldo citou a falta de evolução dos técnicos no Brasil e destacou que a criação recente de um curso de treinadores na CBF pode ajudar as novas gerações a se prepararem melhor. Ele apontou que, durante anos, o Brasil dominou o futebol, mas agora precisa reconhecer que está sendo superado.
O ex-jogador também elogiou o português Abel Ferreira ao ser questionado por Romário sobre o treinador do Palmeiras. Além disso, mencionou Pep Guardiola como um nome que gostaria de ver no comando da seleção.
Ronaldo comentou que Vinícius Júnior não tem sido utilizado da melhor forma pelo técnico Dorival Júnior e destacou a diferença no desempenho do atacante entre o Real Madrid e a seleção brasileira.
“Acho que é 100% treinador (a responsabilidade de Vini Jr. jogar mais no Real). O treinador não pode inventar loucura, ele tem que buscar as melhores posições, os melhores jogadores e deixar eles livres para fazer o que fazem no clube. Mas ele não consegue desempenhar assim na seleção. Acho que é um problema de posicionamento, comportamento”, afirmou.
O ex-atacante também defendeu que Neymar pode ser a peça central da equipe na Copa do Mundo de 2026, desde que esteja em boas condições físicas. Para Ronaldo, o camisa 10 mascara problemas estruturais do futebol brasileiro e precisa de um sistema que favoreça seu talento, junto com Vinícius Júnior.
Ronaldo se colocou como um possível candidato à presidência da CBF e citou sua experiência à frente das SAFs do Cruzeiro e do Valladolid como um diferencial para comandar a entidade. Ele defende que a criação de uma liga nacional é urgente e que a CBF precisa se desvincular da administração do Campeonato Brasileiro e da arbitragem.
“Tem muita coisa a melhorar na nossa indústria inteira. A gente está parado realmente há muitos anos, com pouco investimento ou quase nenhum. A liga no Brasil tem de acontecer o quanto antes para tirar essa responsabilidade. A CBF se sobrecarrega muito com Campeonato Brasileiro, administração dos juízes. A CBF não ser uma empresa querida no Brasil para mim é uma grande vergonha, um grande desperdício. A gente não vê projeto social da CBF. Logicamente eu gostaria de retribuir tudo que ganhei do futebol com uma gestão histórica na CBF”, declarou.
Caso se candidate, Ronaldo enfrentará o atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, em uma eleição prevista para ocorrer até abril de 2025. No entanto, ele ainda precisa resolver um possível conflito ético, já que tem vínculos contratuais com o Cruzeiro mesmo após a venda da SAF para Pedro Lourenço.